Pigcasso, a famosa porca pintora cujas obras de arte foram vendidas por milhares de euros, morreu esta quinta-feira, aos 8 anos de idade.
A conhecida porca pintora Pigcasso, cujas obras de arte foram vendidas por um valor acumulado que chegou quase a um milhão de euros, morreu aos oito anos de idade, disse esta semana a sua cuidadora.
Em 2016, então com apenas 4 meses, a porca sul-africana foi resgatada, quando ia a caminho de um matadouro, por Joanne Lefson, uma ativista dos direitos dos animais, que assim impediu a morte da jovem porca.
“A tua vida fez a diferença no mundo. Não só desafiaste a fraternidade artística, Pigcasso, como também inspiraste milhões de pessoas a reconhecer os animais de criação como indivíduos sencientes que são, dignos da nossa empatia e compaixão”, escreveu Lefson na quinta-feira, numa publicação no Instagram .
A famosa porca pintora conquistou o mundo com as suas impressionantes obras expressionistas, e a sua arte ajudou a apoiar o santuário de animais mantido pela Farm Sanctuary, ONG fundada por Lefson.
Nos últimos anos, Pigcasso sofria de artrite, e a sua saúde começou a deteriorar-se rapidamente em 2023, adiantou a ativista numa nota de imprensa. Em outubro, as suas patas traseiras ficaram paralisadas devido à calcificação da sua coluna inferior causada pela artrite.
Lefson resgatou Pigcasso de uma quinta de produção intensiva em Franschhoek, na África do Sul, quando a porca estava a poucas semanas de ser enviada para um matadouro, e levou-a para o seu santuário. Foi então que as coisas começaram a tornar-se interessantes, conta o Gizmodo.
“A Pigcasso comia ou destruía tudo o que lhe púnhamos à frente, exceto uma coisa: um pincel“, explica a ativista. “Ela tinha sida mal tratada na quinta onde a fomos buscar, e quando a trouxemos para o santuário, pensámos de que forma a podíamos manter entretida”.
“Atirávamos-lhe coisas como bolas de futebol e de rugby, e claro, havia sempre uns quantos objetos à solta pelo curral, e ela destruía tudo… mas adorava pincéis”, explica Lefson. “Foi então que decidimos ver se ela tinha jeito para a pintura“.
Lefson ensinou a porca a segurar o pincel na boca e usou várias técnicas de reforço positivo para a treinar a pintar. Premiada com uma uva cada vez que dava uma pincelada, Pigcasso rapidamente começou a mostrar os seus dotes artísticos.
Os seus quadros, sempre assinados com uma impressão colorida do seu focinho, começaram a ganhar notoriedade — e a despertar o interesse de colecionadores dispostos a pagar somas consideráveis por eles.
Em 2021, uma obra de Pigcasso entrou para o Guinness como “quadro mais caro pintado por um animal”, distinção atribuída a um quadro com o título de “Wild and Free” (Selvagem e Livre), vendido por 26,898 dólares — cerca de 24 mil euros.
Presumivelmente, após a sua morte, os quadros de Pigcasso, a porca pintora, valem agora ainda mais.