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Morreu Maryam Mirzakhani, a única mulher a ganhar o “Nobel da Matemática”

(dr) Maryam Mirzakhani / Stanford University

Maryam Mirzakhani, a única mulher a ganhar o "Nobel da Matemática"

Maryam Mirzakhani, a única mulher a ganhar a Medalha Fields

A iraniana Maryam Mirzakhani, primeira e única mulher a ganhador a Medalha Fields, considerada o “Nobel da Matemáticas”, morreu neste sábado, aos 40 anos, nos Estados Unidos vítima de cancro.

Foi Firouz Naderi, cientista iraniano e amigo de Maryam Mirzakhani, a dar a notícia da morte da professora na Universidade de Stanford, através do Twitter. “Uma luz apagou-se hoje…. muito rápido. O meu coração está partido”, escreveu Naderi sobre a mulher que inspirou milhares de outras a ter gosto pela Matemática.

De acordo com a Universidade, Maryam tinha cancro de mama e faleceu após uma “longa batalha” contra a doença. A matemática era docente em Stanford desde 2008.

“Maryam foi-se muito cedo, mas o seu impacto continuará vivo nas milhares de mulheres que inspirou a dedicar-se à matemática e à ciência”, afirmou Marc Tessier-Lavigne, presidente da Universidade de Stanford.

Pessoa humilde, o seu método favorito de trabalhar era rabiscar e anotar fórmulas em folhas em branco, que a filha, Anahita, considerava “pinturas”.

Aos 37 anos, em 2014, Maryam Mirzakhani ganhou a Medalha Fields na abertura do Congresso Internacional de Matemática, em Seul, na Coreia do Sul, e tornou-se a primeira e única mulher a receber esse prémio desde a criação, em 1936. Era também a primeira pessoa iraniana a receber o que é considerado o Nobel da Matemática.

A Medalha Fields premia de quatro em quatro anos até quatro matemáticos com menos de 40 anos por proezas ou feitos notáveis na disciplina. Mirzakhani foi reconhecida pelos “impressionantes avanços na teoria das Superfícies de Riemann e seus espaços modulares”.

Nascida a 3 de maio de 1977, em Teerão, queria ser escritora, mas já na adolescência brilhou ao competir pelo Irão nas Olimpíadas Internacionais da Matemática, onde ganhou a medalha de ouro nas competições de 1994 e 1995.

Formou-se em 1999 na Universidade de Sharif, na capital iraniana, e em 2004 obteve o doutoramento na Universidade de Harvard, no Estados Unidos, onde o seu mentor foi Curtis McMullen, também “Nobel da Matemática”.

Mirzakhani trabalhou como professora assistente na Universidade de Princeton antes de ir para Stanford e, além da medalha Fields, recebeu o Prémio Blumenthal, em 2009, e o Prémio Satter em 2013.

No Irão, as autoridades expressaram condolências. Hassan Rouhani, o presidente iraniano, publicou uma mensagem no site oficial da presidência e disse que “o brilho imbatível da criativa e modesta cientistas fez ressoar o nome do Irã nas comunidades científicas do mundo”.

Maryam era casada com o cientista checo Jan Vondrak, também professor de Stanford, e uma filha, Anahita, de seis anos.

// EFE

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