Morreu Américo Martins, Dux da Academia do Porto

Magnum Consillium Veteranorum - Academia do Porto / FAP

Américo Martins, Dux Veteranorum da Academia do Porto

Academia está de luto: morreu esta terça-feira Américo Martins, Dux Veteranorum da Academia do Porto, dono do mais alto posto da hierarquia da praxe académica desde 1989. Tinha 73 anos.

Natural de Mogadouro e funcionário público de profissão, o também conhecido como Americus sem Cus nunca chegou a terminar o curso de Engenharia Civil, no qual continuava inscrito desde os anos 60, altura em que interrompeu os estudos para cumprir o serviço militar na Guerra Colonial, em Angola. Pagou propinas estes anos todos para se manter na Academia.

“No campo académico, não sou grande exemplo”, disse ao Correio da Manhã, em 2007, mas considerava-se um “pai” para todos os estudantes da Academia do Porto.

“A tradição académica é a minha vida”, afirmava: “de estudante passei a praxista, boémio e pensador da tradição académica”. Figura sempre presente em qualquer cortejo ou desfile, tinha-se como “um profissional dessas andanças”.

“Figura incontornável”

A Federação Académica do Porto já manifestou publicamente “o mais profundo pesar pelo falecimento do Dux”, endereçando “à família, amigos e estudantes as mais sentidas condolências”.

“Recordaremos com eterna saudade o espírito de entrega, o serviço ao próximo e o envolvimento com a Academia do Porto. Américo Martins foi Academia do Porto do primeiro ao último dia”, lê-se em comunicado da direção liderada por Francisco Porto Fernandes.

O Órfeão Universitário do Porto também lamenta a notícia da morte de uma “figura incontornável da história académica do Porto”.

“O Américo dedicou muito da sua vida à Academia do Porto como conceito e vivência prática, nunca deixando ninguém indiferente à sua paixão, vivacidade e presença inescapável, marcando inúmeras gerações de estudantes com a sua eterna jovialidade e espírito académico”, lê-se em publicação do Órfeão no Facebook.

“O lugar de figura incontornável da história académica do Porto é seu por direito próprio. História essa que não se limitou apenas a ver e viver, mas igualmente a escrever e a criar”, lê-se ainda, com um poema do orfeonista Flávio Serzedello a findar a despedida.

Já foi decretado esta terça-feira luto académico de 5 dias, de acordo com o JN, o que significa que não há atividades praxísticas até às 23h59 do dia 7 de dezembro.

ZAP //

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