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Morales quis dialogar. Presidente interina da Bolívia mandou-o calar-se

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O ex-Presidente Evo Morales ofereceu-se para regressar à Bolívia para “ajudar a pacificar o país, não para ser candidato”, mas Jeanine Añez, que assumiu a presidência interina do país, respondeu que Morales não pode participar nas próximas eleições e mandou-o calar-se.

Evo Morales, exilado no México, ofereceu-se para regressar à Bolívia para “ajudar a pacificar o país, não para ser candidato” nas novas presidenciais. Jeanine Añez, que assumiu a presidência interina do país, respondeu ao ex-Presidente que não pode participar nas próximas eleições, porque a Constituição não lhe permite candidatar-se a um quarto mandato, e mandou-o calar-se.

“A partir do exílio, Evo Morales está a quebrar todos os protocolos, porque não devia estar a fazer declarações públicas. Supõe-se que é um exilado e que não tem o direito de estar a fazer manifestações públicas a incitar a população”, afirmou a Presidente interina, citada pela Reuters.

Añez assumiu a presidência interina depois de Evo Morales se ter demitido, no passado domingo, depois de o general Williams Kaliman, chefe de Estado Maior das Forças Armadas já substituído, ter exigido que o então Presidente se afastasse do cargo.

A Presidente interina já apresentou um novo Governo, formado por políticos da direita dura, que tem como homem forte o ministro do Interior, Arturo Murillo, um empresário hoteleiro que há longos anos mantém uma disputa com Morales, adianta o Público. Murillo deixou claro ao que vem: “Aviso todos os que estão em sedição de que serão presos. Comecem a correr”, cita o jornal argentino Clarín.

Morales fugiu do seu país após umas eleições presidenciais nas quais forçou a sua entrada – a Constituição diz que não podia voltar a candidatar-se, e os bolivianos tinham recusado conceder-lhe uma exceção num referendo em 2016 – e sobre as quais pairam suspeitas de manipulação da contagem dos votos a seu favor.

Carlos Mesa, candidato que ficou em segundo lugar, não concedeu a derrota, e seguiram-se protestos violentos nas ruas. No entanto, Mesa, embora tenha apoiado Añez, frisou que não faz parte do seu Governo e deseja novas eleições.

Morales aceitou o convite do México para se refugiar naquele país, apesar de o Presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, ter manifestado interesse em  dar asilo político a Morales.

ZAP //

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