Luís Montenegro trocou as voltas a Nuno Melo

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Hugo Delgado / LUSA

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro

Na noite da aprovação da coligação AD, o líder do CDS não queria divulgar o número de deputados do partido. Mas Montenegro seguiu outro rumo.

O Conselho Nacional do CDS-PP aprovou por unanimidade a integração do partido na coligação Aliança Democrática (AD), com o PSD e PPM, para concorrer às eleições legislativas de março e europeias de junho.

A informação foi transmitida à agência Lusa por fontes presentes na reunião do órgão máximo do partido entre congresso, que esteve reunido esta noite na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa.

Os cerca de 150 conselheiros do CDS-PP votaram favoravelmente concorrer às próximas eleições legislativas e europeias em listas conjuntas com o PSD e o Partido Popular Monárquico (PPM) em todos os círculos eleitorais, bem como a denominação da coligação, a sigla e o símbolo.

O Conselho Nacional não deliberou, no entanto, sobre os pormenores desta aliança, mas deu acordo à proposta de mandatar o secretário-geral, Pedro Morais Soares, “para a negociação dos termos do acordo político”.

Melo e a “novela CTT”

O presidente do CDS-PP considerou que as declarações do secretário-geral do PS sobre os CTT mostram a “absoluta impreparação” de Pedro Nuno Santos e defendeu que a coligação com o PSD é “estável e credível”.

“Esta novela à volta dos CTT só confirma a absoluta impreparação do secretário-geral do PS para ser primeiro-ministro de Portugal”, afirmou Nuno Melo em declarações aos jornalistas à chegada à sede do CDS-PP, em Lisboa, onde vai decorrer o Conselho Nacional para aprovar a integração na coligação Alternativa Democrática (AD), com PSD e PPM.

O líder do CDS-PP considerou que “não é normal dizer num dia que o Governo em funções é que tem de dar explicações” e no “dia seguinte dar explicações, dizer que sabia e que concordou” com a compra de ações dos CTT por parte da Parpública.

“Revela uma rotina que é a antítese de um paradigma de solidez, estabilidade e sentido de estado numa governação que Portugal precisa”, criticou.

Apontando que os portugueses terão de fazer escolha em 10 de março, Melo defendeu que é tempo de “mudar de vida”.

“O que hoje se percebeu a propósito dos CTT é uma rotina que os portugueses não devem querer mais”, sustentou.

Nuno Melo destacou que, em contrapartida, a AD é um “projeto estável e credível, experimentado, que tem em si mesmo muitos quadros com grande capacidade” e constitui uma alternativa que “pode levar Portugal a um rumo diferente”.

O número de deputados

Questionado sobre pormenores do acordo desta coligação para as eleições legislativas de março e as europeias de junho, nomeadamente quantos lugares elegíveis o CDS-PP terá nas listas de candidatos a deputados, o também eurodeputado não quis adiantar, referindo que nem aos conselheiros do partido iria revelar essa informação.

Não posso dizer. Olhe, até lhe adianto que não vou dizer sequer aos conselheiros nacionais“, afirmou Melo aos jornalistas, ao início da noite passada.

No entanto, como refere a rádio Antena 1, Luís Montenegro trocou as voltas a Nuno Melo.

É que, à mesma hora, mas em Braga, estava a decorrer um conselho nacional do PSD. E, aí, Montenegro revelou que o CDS vai ter pelo menos dois deputados. É o mínimo garantido, no regresso do partido à Assembleia da República.

Mais tarde, Nuno Melo confirmou o mínimo de dois deputados mas, com um “bom resultado” da AD, terá seis deputados.

“Bandalheira”

Luís Montenegro aproveitou a reunião em Braga para repetir uma descrição sobre o Governo do PS: “bandalheira”.

“A forma ligeira, a bandalheira em que se transformou governar o país, tem de ter um fim, para nós garantirmos o nosso futuro”, comentou o presidente do PSD.

E deixou uma crítica directa a Pedro Nuno Santos: “Mas eu não tenho grande esperança numa coisa: quem não mostrou sentido de responsabilidade, sentido institucional, estratégico e de explicação pública para ser ministro (TAP), como pode arrogar-se a capacidade para o fazer como primeiro-ministro?”

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Ainda agora a AD começou e já começou a confusão com a entrada forçada do PPM e as contradições entre os dirigentes.
    Oh Montenegro, que bandalheira…

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