Montenegro: “Não estou arrependido mas defrontar Rui Rio foi um erro”

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Candidato à liderança do PSD apresenta diferenças em relação a Moreira da Silva e fala sobre o “erro clamoroso” do partido.

Luís Montenegro volta a ser candidato à liderança do Partido Social Democrata (PSD), desta vez contra Jorge Moreira da Silva – mas ainda podem ser apresentadas mais candidaturas, nos próximos dias.

Em entrevista ao Diário de Notícias e à rádio TSF, Montenegro apresentou diferenças em relação ao outro candidato. Alegou que é a pessoa mais adequada para “mobilizar e reunificar o partido” e que pode oferecer “mais condições, mais segurança para cumprir esse desiderato”.

“Creio que o PSD será tanto mais forte e cumprirá a sua missão se tiver um discurso e mensagem política que fale diretamente às pessoas, que as possa fazer pensar que a nossa intervenção através do poder público vai melhorar a sua condição”, descreveu o candidato, que ainda apresentará mais nomes na sua lista até ao dia das eleições directas, marcadas para o dia 28 de Maio.

Paulo Rangel tinha o apoio de quase todos os líderes de distritais do partido e perdeu frente a Rui Rio. Montenegro também tem o apoio de vários líderes de distritais mas não teme que as bases do PSD fiquem contra si: “Tenho, sobretudo, o apoio das bases do partido, não tenham dúvidas disso. Mas se me perguntam se estou a dormir à sombra desses apoios, não, não estou”.

Confiante numa campanha “com um nível substantivo de discussão política”, se vencer as directas, o candidato assegura que vai chamar os seus opositores no pós-eleições.

Erro em 2019 e o PS

As directas anteriores nas quais concorreu, em 2019, foram recordadas nesta entrevista. E Luís Montenegro, que na altura foi derrotado por Rui Rio, admitiu que errou ao concorrer contra Rio: “Não estou arrependido de ter feito um desafio à liderança do PSD em 2019, mas tenho a humildade de reconhecer que a percepção que as pessoas tiveram, mesmo dentro do partido, sobre essa minha tomada de posição, não correspondeu ao que era a minha expectativa. Desse ponto de vista, poderei dizer que objetivamente se tratou de um erro”.

Montenegro errou mas o PSD também tem errado. E, segundo o candidato, cometeu mesmo um erro “gravíssimo e clamoroso” ao “andar com problemas existenciais, de andar com crises existenciais nos últimos tempos. Já tenho dito e repito: não contem comigo para complexos ideológicos, nem para crises existenciais no PSD”, reforçou.

Baseado num programa político de “transformação e reformismo”, Luís Montenegro criticou o Partido Socialista: “Quero que os portugueses percebam que nós não somos o partido, nem da troika, porque quem trouxe a troika foi o PS; não somos o partido do pântano, porque quem levou o país para o pântano foi o PS; nós somos o partido que muda a vida das pessoas”.

Se concorrer às próximas eleições legislativas, o social democrata vai “tentar colher o apoio de todos aqueles que não se reveem nesta política socialista”. E isso passa por convencer os 673 mil portugueses que votaram no Chega e no Iniciativa Liberal “que não se reviram no PS em 2022”.

“Os eleitores, é bom que se diga, não são propriedade de nenhum partido. Os eleitores tomam a sua decisão, mediante as alternativas que são colocadas nos momentos eleitorais, e lutarei por todos os eleitores”, comentou o candidato.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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