Agenda partidária na PSP? “Era o que faltava. Levo mesmo a mal”

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José Sena Goulão / LUSA

O primeiro-ministro, Luis Montenegro

Luís Montenegro considera que é normal que um novo Governo traga novas pessoas para altos cargos. Ministra fala em “novas ameaças”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu nesta terça-feira que é natural um novo Governo fazer substituições de altos cargos e desafiou os jornalistas a compararem as mudanças feitas agora com as de anteriores governos em igual período de tempo.

“Nós iniciámos um ciclo novo de Governo, dentro desse ciclo é natural que haja substituições de altos cargos de responsabilidade que têm a ver com a execução do Programa do Governo e com o exercício de responsabilidades que têm tutelas políticas. É preciso dizer isto com naturalidade, sem dramatismos. Não vale a pena estarmos a criar casos”, declarou Luís Montenegro, em resposta à comunicação social.

O primeiro-ministro falava no fim de uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, na sede do Conselho Económico e Social, em Lisboa, a propósito da exoneração de José Barros Correia do cargo de diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), na segunda-feira, no qual foi substituído por Luís Carrilho.

Interrogado sobre o que motivou essa exoneração, Luís Montenegro começou por remeter para as declarações feitas pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, afirmando apenas que “aquilo que aconteceu, enfim, aconteceu com toda a naturalidade, que é a substituição do diretor nacional da PSP”.

Perante a insistência dos jornalistas para que explicasse a mudança na direção nacional da PSP, o chefe do Governo respondeu: “Há razões de natureza operacional e há razões de natureza da relação entre a tutela e a direção nacional da PSP. Essas razões têm a ver com a execução do Programa do Governo e com o exercício da tutela”.

Questionado se recusa que o Governo esteja a fazer mudanças em função de uma agenda partidária, Luís Montenegro reagiu dizendo que leva a mal essa pergunta: “Era o que faltava que houvesse algum Governo que tivesse uma agenda partidária para a PSP. Levo mesmo a mal. Era o que faltava. Não há nenhuma agenda partidária. Há uma agenda de trabalho, e é preciso respeitar isso”.

“Aliás, os senhores jornalistas, se quiserem dar-se a esse trabalho, podem ir comparar a quantidade de substituições que governos anteriores a este fizeram no mesmo período que nós já levamos de mandato”, sugeriu, em seguida.

“Novas ameaças”

A ministra da Administração Interna também falou sobre a saída de José Barros Correia, nesta terça-feira, dizendo aos jornalistas que o novo Governo quer implementar um novo programa para reestruturar a PSP.

“É uma reorganização do dispositivo da PSP, no sentido de responder a novas ameaças, de compreender os fenómenos que estão a acontecer em vários centros urbanos”, comentou Margarida Blasco.

A ministra quer “falar para o futuro” e reforçou que espera que Luís Carrilho consiga liderar essa reestruturação.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Não.
    Não era o que faltava, porque vai haver mais.
    Ui!!! Leva a mal?! Querem lá ver que o xoninhas amua com a descoberta das verdades?
    Quem quer ele enganar?
    Já todos vimos que deste governo nada mais se espera, além de exonerações e falsidades.

  2. Governo speed…
    A cara do MAI, deveria tirar um Curso de “como falar Portugês que alguém entenda”!!!

  3. O problema , já não é de substituir X por Y ! … Mas sim credibilidade 0 . Se a Tr…pa persistir será sempre por causa do antigo enxame de moscas , não por estas outras !

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