José Barros Correia foi afastado pelo Ministério da Administração Interna. Luís Carrilho é o seu sucessor. Polícias não percebem.
Poucos dias depois da exoneração da administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, agora sai o líder da Polícia de Segurança Pública (PSP).
A ministra da Administração Interna exonerou nesta segunda-feira o diretor nacional da PSP, José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro do ano passado.
Ao contrário do que aconteceu na Santa Casa, poucas horas depois foi anunciado o seu sucessor: o superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho, que era Comandante da Unidade Especial de Polícia.
Em comunicado, o Ministério da Administração Interna refere que “esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da PSP, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública”.
José Barros Correia apresentou a sua versão: a iniciativa foi exclusivamente da ministra Margarida Blasco. “Hoje, pelas 18:45, a sra. ministra da Administração Interna, juíza conselheira Margarida Blasco, comunicou a minha exoneração, sendo esta decisão da sua exclusiva iniciativa”.
O agora ex-diretor defendeu, em várias intervenções, que os polícias da PSP deviam ter melhores salários e um suplemento de missão idêntico ao da Polícia Judiciária.
O presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) realçou que a exoneração do diretor nacional da PSP foi uma surpresa, num momento em que os sindicatos aguardam uma “proposta séria” do Governo para iniciar o processo negocial.
“Foi uma decisão que nos apanhou de surpresa. Não estávamos à espera que num momento tão crucial para a Polícia de Segurança Pública em que estamos, inclusive neste impasse negocial”, sublinhou à agência Lusa Armando Ferreira, apontando que o superintendente-chefe José Barros Correia já disse que a iniciativa para a exoneração foi “exclusivamente governativa”.
O responsável do Sinapol afastou que esta decisão tomada pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, altere o processo negocial em curso entre as forças policiais e o Governo.
“Até porque [este processo] ainda não tem nenhuma base substancial, para se poder dizer que há mesmo um processo negocial. Há uma intenção negocial, eu chamo-lhe assim, da parte do Governo”, frisou, considerando as propostas do Governo apresentadas na última reunião “sem qualquer base negocial”.
“Eu continuo à espera que o processo negocial se inicie. Conto que com seriedade, dignidade e justiça o Governo, no dia 15 [de maio], apresente uma proposta séria e que aí sim, se dê início verdadeiramente ao processo negocial”, apontou.
Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, sublinhou na RTP que “o que foi evocado foi uma reestruturação operacional, seja lá o que isso for” e que a associação fica “a pensar e apreensiva” sobre o futuro.
ZAP // Lusa
Quer dizer que não sabem fazer mais nada do que exonerações e mudança de logótipos.
O primeiro ministro anda feliz como uma criança em feira da vila, e assim vai Portugal.
Uns vão bem e muitos mal.