Cientistas descobrem “monstro marinho” que viveu durante o Triássico

(dr) Stephanie Abramowicz

Ilustração do ictiossauro Cymbospondylus youngorum

Cientistas descobriram uma nova espécie de ictiossauro que mostra que estes animais chegaram muito depressa ao seu enorme tamanho.

A descoberta desta espécie – Cymbospondylus youngorum – sugere que os ictiossauros (um grupo de répteis marinhos em forma de peixe que viveu na era dos dinossauros) cresceram mesmo muito num período de apenas 2,5 milhões de anos.

“Descobrimos que os ictiossauros desenvolveram o seu gigantismo muito mais depressa do que as baleias, numa altura em que o mundo estava a recuperar de uma extinção devastadora [no fim do Permiano]”, começou por dizer ao site Live Science Lars Schmitz, professor associado de Biologia na Scripps College e um dos autores do estudo publicado, a 24 de dezembro, na revista Science.

Segundo a equipa envolvida na pesquisa, as baleias demoraram cerca de 90% da sua existência de 55 milhões de anos para atingir os enormes tamanhos a que os ictiossauros conseguiram chegar no primeiro 1% dos seus 150 milhões de anos.

“É um bom vislumbre de esperança e um sinal da resiliência da vida – se as condições ambientais forem adequadas, a evolução pode acontecer muito rápido e a vida pode conseguir recuperar-se”, acrescentou Schmitz.

O fóssil deste ictiossauro foi descoberto em 1998 nas montanhas Augusta, nos Estados Unidos, mas só até 2015 é que foi possível recuperar todos os ossos do espécime, que depois foram levados para o Museu de História Natural do Condado de Los Angeles.

Este réptil marinho viveu há 247 milhões de anos durante o Triássico e, na sua fase adulta, terá pesado 45 toneladas e passado os 17 metros de comprimento (só o crânio tinha quase dois metros).

O C. youngorum terá vivido no super-oceano Pantalássico, na costa oeste da América do Norte e, com base no seu tamanho e formato dos dentes, provavelmente fazia uma alimentação à base de ictiossauros mais pequenos, peixes e possivelmente lulas.

Ainda segundo os cientistas, tal como outros animais daquela época, teria uma aparência estranha. “Imagine um animal semelhante a um dragão marinho: corpo aerodinâmico, bastante longo, com membros modificados para barbatanas e uma cauda longa”, disse Schmitz.

ZAP //

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