Molécula-chave da vida pode ter-se formado no gelo interestelar

Foi descoberto que o ácido carbâmico – um aminoácido essencial para a vida – é capaz de se formar em condições espaciais extremamente frias, fazendo crer que os blocos de construção da vida na Terra terão tido origem extraterrestre.

Um estudo publicado esta quarta-feira na ACS Central Science revelou que o ácido carbâmico – um aminoácido essencial para a vida – pode formar-se no gelo interestelar.

Esta descoberta apoia a teoria de que os blocos de construção da vida podem ter tido origem no espaço e sido transportados para a Terra, através de meteoritos ou asteroides.

O ácido carbâmico – aminoácido simples e precursor de compostos mais complexos encontrados em várias enzimas – foi sintetizado numa experiência laboratorial que imitou as condições frias do espaço.

Para testar, foram postos dióxido de carbono e amoníaco – os reagentes para o ácido carbâmico – num frigorífico capaz de atingir -268°C.

Os investigadores descobriram que a -211ºC, estas substâncias reagiram para formar ácido carbâmico.

Além disso, a -234ºC, foi também criado o carbamato de amónio – um composto envolvido no processamento da ureia.

As condições experimentadas em laboratório assemelham-se às encontradas em nuvens moleculares em torno de estrelas e planetas jovens.

O líder da investigação, Ralf Kaiser, da Universidade do Hawai (EUA) explicou que o ácido carbâmico e o carbamato de amónio podem ter-se formado inicialmente no gelo, em ambientes celestes deste tipo: “Depois, podem ser incorporados em meteoritos ou asteroides, que terão trazido estes compostos para o nosso sistema solar ou outros sistemas solares”.

“Ao descobrir onde estes precursores moleculares estão e sob que condições podem ser formados, podemos prever onde a vida poderia ser ou poderia ter sido formada”, afirmou Kaiser, citado pela New Scientist.

ZAP //

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