A Presidente da Moldávia, Maia Sandu, solicitou hoje oficialmente a entrada do país na União Europeia (UE), seguindo o exemplo da Ucrânia e da Geórgia, dois outros Estados europeus antigas repúblicas soviéticas.
“Hoje assinámos o pedido de adesão da República da Moldávia à UE”, disse a Presidente europeísta antes de assinar o documento numa cerimónia transmitida pela televisão, em Chisinau.
“O pedido foi dirigido a Emmanuel Macron, o Presidente da França, que exerce a presidência rotativa do Conselho da UE”, explicou Sandu, de acordo com o portal de notícias Unimedia.
A Moldávia apresenta formalmente a sua candidatura à UE no mesmo dia que a Geórgia e no meio da ofensiva russa contra o Governo pró-europeu da Ucrânia, e depois de o executivo francês ter avisado que estes dois países podiam ser os próximos alvos militares do Presidente russo, Vladimir Putin.
“Queremos viver em paz, democracia e prosperidade, fazendo parte do mundo livre”, disse Sandu, que elogiou a resposta “serena e determinada” do povo moldavo “numa altura em que um verdadeiro perigo está a bater à porta”.
Sobre o momento do pedido, a Presidente moldava sustentou que algumas decisões “devem ser tomadas com urgência e decisivamente para aproveitar a oportunidade apresentada pela mudança do mundo”, numa clara referência ao ‘terramoto’ causado pela invasão russa da Ucrânia.
A Moldávia tornou-se um país independente após o colapso da União Soviética no início da década de 1990.
As forças pró-russas presentes numa parte do seu território conhecida como Transnístria recusaram-se a cortar os seus laços com Moscovo e declararam, com o apoio do Kremlin, uma “república” própria na região.
Apesar de não ter o reconhecimento de nenhum país, a Transnístria continua a ser controlada pelas forças rebeldes, que estão protegidas por um contingente militar russo aí permanentemente destacado.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
// Lusa