Criatura mítica ou farsa? Mistério de “sereia” mumificada pode ser resolvido

(dr) Kinoshita Hiroshi

A suposta ‘sereia’ mumificada.

Uma ‘sereia’ mumificada vai ser analisada por uma equipa de investigadores. A lenda diz que quem comer a sua carne ganha 800 anos de vida.

A metade superior da criatura apresenta uma cabeça peluda com dentes pontiagudos, mas a parte inferior do corpo é semelhante à de um ser marinho. A criatura, guardada no templo de Asakuchi, tem feito manchetes no Japão.

A equipa de cientistas da Kurashiki University of Science and the Arts fez recentemente um TAC ao corpo da ‘sereia’. Hiroshi Kinoshita, líder da equipa de investigadores, acredita que “a criatura bizarra pode ter significado religioso”.

Segundo a mitologia japonesa, uma ningyo [sereia] era descrita como tendo uma boca de macaco com dentes pequenos como os de um peixe e escamas douradas. A sua carne seria saborosa e quem a comesse seria-lhe concedida uma longevidade de 800 anos.

No entanto, acreditava-se que apanhar uma ningyo trazia infortúnios, por isso, os pescadores que apanhavam estas criaturas diziam que as atiravam de volta ao mar.

A alegada ‘sereia’ terá sido apanhada por uma rede de pesca, em Kochi, segundo uma carta de 1903 pertencente a um dos seus antigos donos.

“Claro que não acho que seja uma sereia verdadeira”, atirou Kinoshita. O investigador sugere que a suposta sereia provavelmente foi fabricada entre 1603 e 1867, a partir de partes de animais. Os exames deverão mostrar, explica Kinoshita, que a criatura foi feita “para exportação para a Europa ou para espetáculos no Japão”.

A história desta ‘sereia’ pode ser semelhante à de Phineas Taylor Barnum. Conhecido como P.T. Barnum, o norte-americano foi um empresário do ramo do entretenimento, que ficou conhecido por inúmeros embustes que atraíam milhares de pessoas.

A sua história inspirou o filme “The Greatest Showman”, protagonizado por Hugh Jackman, que saiu nos cinemas em 2017.

Em meados do século XIX, P.T. Barnum expôs uma suposta sereia que teria sido capturada na costa das ilhas Fiji, e mais tarde vendida na América por marinheiros japoneses. Na realidade, Barnum costurou a cabeça e o corpo de um macaco nas costas de um peixe.

Daniel Costa, ZAP //

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