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China faz história. Pela primeira vez nasceu uma semente de algodão na Lua

billdavis6959 / Flickr

Sonda chinesa Chang’e 3

A missão espacial chinesa conseguiu fazer brotar uma semente de algodão na lua, informou esta terça-feira a imprensa estatal, num feito inédito, alcançado pelo Chang’e 4, a primeira sonda a aterrar do lado oculto da Lua.

Segundo uma equipa de cientistas da Universidade de Chongqing, sudoeste da China, trata-se da primeira “mini experiência” na biosfera realizada com sucesso por um satélite.

A sonda Chang’e 4, que é o nome da deusa chinesa da Lua, pousou na Lua, em 3 de janeiro, e levou sementes de algodão, colza, batata, ovos de mosca da fruta e algumas leveduras, visando criar uma “mini biosfera simples”, segundo a agência oficial chinesa Xinhua. As imagens enviadas pelo Chang’e 4 mostram uma semente de algodão a brotar.

Não é um feito simples: as temperaturas na superfície lunar podem exceder os 100 graus Celsius, durante o dia, e 100 negativos, durante a noite, para além de maior radiação solar e uma gravidade menor do que na terra.

Citado pelo jornal South China Morning Post, o cientista chinês Xie Gengxin, encarregue pela experiência, afirmou que a sua equipa desenhou um recipiente capaz de manter a temperatura entre 1 e 30 graus, permitindo a entrada de luz natural, água e nutrientes.

O fabrico do referido dispositivo, um cilindro de alumínio com 18 cm de altura e 16 de diâmetro, e que pesa 3 quilos, custou mais de 10 milhões de yuan (1,29 milhão de euros).

Segundo a Russia Today, o objetivo passa agora por observar a germinação, o crescimento e a respiração destes organismos nas condições de baixa gravidade da superfície lunar, tentando criar uma “mini-biosfera” que poderia produzir a primeira flor na Lua.

Os cientistas explicaram que esta carga biológica está no recipiente lacrado e, por isso, não há risco de poluir o ambiente lunar: “Como sabemos, não há ar ou oxigénio na Lua, e a temperatura é sempre muito extrema”, disse Xie Gengxin, chefe do projeto de experiências biológicas na missão Chang’e 4.

“Mesmo que alguns [destes compostos] vazassem, não teriam hipóteses de sobreviver, uma vez que se decompõem em substâncias orgânicas inofensivas “, sustentou.

A China anunciou na passada terça-feira a sua intenção de continuar a expandir o seu programa de exploração do espaço, com o objetivo de coletar amostras na Lua, durante este ano, e em Marte, em 2020.

ZAP // Lusa

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