“O campeonato que se vai falar para sempre”: Mirandela perde sem jogar, Juncal campeã a jogar

Grupo Desportivo do Centro Social do Juncal / Facebook

Juncal celebra título no ténis de mesa

Uma final muito marcada pelo Mundial de ténis de mesa. Mirandela não chegou ao bicampeonato após uma cena muito invulgar.

O CTM Mirandela chegou à final do campeonato nacional feminino de ténis de mesa como favorito. Líderes da fase regular, campeãs no ano passado, dominadoras na modalidade neste século. Ia à procura do 24.º título, segundo consecutivo.

Mas do outro lado estava o GDCS Juncal, que só tinha um título até agora, mas que tinha ficado no 2.º lugar na fase regular e aparecia como forte concorrente nesta final.

A final joga-se à melhor de três jogos. O troféu fica com a equipa que ganhar dois jogos.

Falta de comparência

No primeiro, no dia 17 de Maio, o Juncal ganhou… sem jogar. Porque o Mirandela perdeu por falta de comparência.

Na verdade, duas jogadoras do Mirandela foram até aos Açores para esse jogo. Mas duas não chegam. Os regulamentos obrigam à presença de, no mínimo, três jogadoras.

Annamaria Erdelyi e Inês Matos estavam prontas na ilha Terceira, mas Yu Jhun não – porque estava no Mundial de ténis de mesa, a representar China Taipé.

O clube transmontano ainda tentou adiar este duelo com o Juncal mas as regras da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa só prevêem o adiamento de um jogo quando está uma jogadora portuguesa a representar a selecção; não quando está uma jogadora estrangeira.

O Mirandela ainda evocou “motivos de força maior”, que também estão no regulamento, mas a federação entendeu que esses motivos só poderiam ser “cataclismos como terramotos ou tsunamis”, conta o clube.

Mariana e a presidente

Luís Sousa, treinador do Juncal, lembrou na RTP que o Mirandela ainda tinha uma terceira jogadora disponível: Mariana Santa Comba. “Não trouxe por opção” – Mariana tinha estado na Colômbia, no WTT Youth Contender, realizado naquela semana.

“Nenhum de nós gosta de passar por isto. E a imagem que passa da modalidade não é boa, de todo, como é lógico”, admitiu o treinador da equipa dos Açores.

Mais tarde, o Mirandela anunciou que o jogo nos Açores tinha sido marcado para o dia 28 de Maio, data que já não teria interferência do Mundial. Federação e Juncal concordaram mas, alega o Mirandela, a presidente do Juncal recuou e o jogo voltou a estar marcado para 17 de Maio.

Nem a insistência de duas jogadoras do Juncal mudou alguma coisa. No mesmo comunicado, o CTM Mirandela conta que Gabriela Feher e Tatiana Garnova pediram ao seu clube para mudar a data do jogo.

Ou seja, o Juncal ganhou a primeira partida por 3-0. Sem qualquer jogo realizado.

Ganhar na mesa, campeãs

Segundo jogo da final, sábado passado. A direcção do Mirandela ainda apelou várias vezes para o pavilhão da Reginorde estar cheio (não esteve) para o clube vencer e empatar a final; até a Câmara Municipal de Mirandela se meteu no assunto e pediu apoio aos adeptos locais.

Mas o Juncal ganhou outra vez. Desta vez a jogar mesmo. Foi a Mirandela vencer por 3-2.

Juncal campeã nacional pela segunda vez na sua história.

E assim terminou “o campeonato que sempre se vai falar”, lamentou o CTM Mirandela.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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