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As pessoas devem comer, beber e fumar “tanto quanto quiserem”, diz ministra da Saúde norueguesa

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justisdepartementet / Flickr

A nova ministra da Saúde da Noruega, Sylvi Listhaug

Sylvi Listhaug, a nova ministra da Saúde da Noruega, foi nomeada e já está a gerar polémica, depois de afirmar que as pessoas devem poder comer, beber e fumar “tanto quanto quiserem”.

A nova ministra da Saúde da Noruega fez declarações que estão a gerar controvérsia e várias críticas, com especialistas a acusarem Sylvi Listhaug de “pouco saber” sobre saúde pública. Em causa estão argumentos que a governante apresentou sobre o consumo de carnes vermelhas, álcool e tabaco.

Numa entrevista concedida à televisão estatal NRK, na segunda-feira, Listhaug afirmou que os cidadãos devem ser livres para comer carnes vermelhas, beber e fumar sem restrições. “Não pretendo ser uma polícia moral, e não vou dizer às pessoas como devem viver as suas vidas, mas quero ajudá-las a obter informação que formará as bases para fazerem escolhas acho que as pessoas sabem o que é saudável e o que não é.”

De acordo com a SIC Notícias, a ministra foi questionada sobre os fumadores, e disse acreditar que muitos se consideram párias, obrigados a esconder-se, e “isso é estúpido”.

“Embora fumar seja prejudicial, os adultos devem decidir por si próprios o que fazem. A única coisa que devemos fazer enquanto governantes é proporcionar informação para que possam fazer escolhas informadas. É por isso que devemos conceber uma estratégia agora, que irá prevenir os jovens antes de começaram a fumar”, sublinhou.

Segundo a BBC, as reações não tardaram em surgir, tendo inclusive a Sociedade Norueguesa para o Cancro considerado que os comentários de Sylvi Listhaug são “potencialmente prejudiciais à saúde pública”, por acreditar que muitos vão seguir os argumentos apresentados pela ministra.

Listhaug não é novata no que toca a polémicas. Há um ano, foi obrigada a demitir-se por ter acusado vários partidos de colocarem os direitos de “terroristas” acima da segurança nacional. Também em 2016 foi ridicularizada depois de saltar de um barco para o Mediterrâneo para experienciar o que era ser refugiado.

ZAP //

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18 Comments

  1. A forma de noticiar a afirmação da ministra é tendenciosa. A senhora advoga o direito à liberdade de escolha o que é um direito previsto na maioria das Constituições Nacionais.

    • Completamente de acordo…. O problema dela é NÃO ser como a grande maioria dos politicos ou seja: politicamente correcta, egocentrista, vigarista, corrupta, seguidista e muitos outros adjectivos que conotamos com a classe politica…..

  2. Tudo o que seja o estado a impor aquilo que são escolhas com consequências meramente pessoais, é infantilizar a população e abuso de poder das polícias morais e polícias de pensamento!.. O que a ministra diz faz sentido… Não num sentido libertariano de extrema direita, mas num sentido humanista de respeito pela liberdade individual. Intressaria saber em que contexto ela coloca a questão. As pessoas devem ser livres de agir desde que não comprometam a liberdade dos outros. Concretamente, as pessoas devem poder comer, beber e fumar à sua vontade. Depois se tiverem consequências para a saúde delas, arquem com a responsabilidade. Liberdade implica maior responsabilidade.

    Todos estamos a ser mais envenenados pelos pesticidas e pela poluição dos combustíveis fósseis do que por comer carne ou por fumar. Com uma agravante: Fumar (desde que em locais abertos ou onde se esteja sozinho) e beber só prejudica a saúde própria. Enquanto que a poluição dos pesticidas e combustíveis fósseis, prejudica terceiros em massa!.. Dizer que a liberdade de fumar ou beber, ou mais ridículo ainda, de comer… Tem consequências nos custos para a saúde no estado social, é uma falsíssima questão. A poluição sim tem custos enormes para o estado em termos de saúde e no entanto ninguém mexe nisso porque isso interfere com os lucros obscenos dos grandes interesses económicos. Agora chatear o zé povinho nas suas mais elementares liberdades… Isso está sempre na ordem do dia!.. Menos na Escandinávia, e ainda bem!.. Haja algum sítio no mundo! É pena ser tão frio, senão eu já lá estava!

    Dito isto, convirá perceber se atrás disto não vem uma agenda de ode ao individualismo autista, de alguma extrema direita populista. Se assim for, aproveite-se a medida que é boa mas mantenha-se olho aberto às próximas propostas desta ministra. Nem todas poderão ser tão justas.

      • Já percebeu ou teve a decência pelo menos de ver nos telejornais o que é as palhinhas , os saquinhos, os copinhos, pratinhos e outros inhos de plástico estão a fazer ao ambiente? Daqui a 1/2 dúzia de anos se continuarmos com essa mentalidade qualquer dia nem os seus bisnetos escaparão.

  3. Bravo sra. ministra, a isso chama-se LIBERDADE, e não estou a ironizar.
    Concordo plenamente que uma boa EDUCAÇÃO dá resultados mais positivos que uma REPRESSÃO afincada, que é o que temos assistido com essa gente que se considera muito sabedora.
    Quero ter a liberdade de poder errar e depois pagar pela porcaria que fiz, não ter que pagar porque não segui a linha que alguns iluminados acham que devo seguir.
    Liberdade com responsabilidade, é o que eu considero salutar.

  4. Sou favorável e sempre serei favorável à liberdade de escolha, de expressão, etc. Apenas acho que estas liberdades têm de ser limitadas no momento em que afetam a liberdade de terceiros. E isto é válido quer para o fumo do tabaco quer para as boçalidades que hoje em dia se ouvem por aí sob a capa de liberdade de expressão. Liberdade de expressão não é ofender o próximo. Isso é apenas estupidez e falta de educação.

  5. Esta ministra tem razão. O objectivo não é dizer às pessoas que não devem fumar, é dar-lhes informação para que elas consigam perceber – por elas próprias – que fumar é uma estupidez! Aliás, é das maiores cretinices que um ser humano pode fazer… gastar dinheiro que custa a ganhar para estragar a própria saúde!!!!! Seja como for, deixo outra questão: este ano, o SNS gastou mais de 300 milhões de euros em medicamento para o cancro. Será que no caso dos fumadores, estes não deveriam comparticipar estes medicamentos? Dito de outra forma, se eu fizer propositadamente uma ferida no meu corpo, será que tenho o mesmo direito que o SNS comparticipe o meu tratamento da mesma maneira que uma pessoa que teve um acidente e sofreu os mesmos ferimentos tem?

    • Caro Sr. Lucas, sabe quanto é que os fumadores “dão” anualmente ao estado ? é mais que suficiente para pagar os medicamentos para o cancro deles e os medicamentos para o cancro dos outros.
      e para que conste eu não sou fumador.
      E concordo com a declaração desta ministra.

    • Imposto sobre tabaco rende 3,3 milhões de euros por dia
      Receitas fiscais nos primeiros oito meses do ano suplantaram os 798 milhões de euros

      Se pesquisar confirma a informação!!

  6. Pena que a liberdade total degenere em anarquia, porque a maioria não compreende que a liberdede de cada um ACABA onde começa a liberdade do “outro”.
    O melhor exemplo são os fumadores que se estão literalmente nas tintas se incomodam alguém. Esse alguém que se mude, porque eles têm o direito de fumar. E falo por experiência, depois de, na juventude, ter co-habitado com fumadores non mesmo apartamento.

  7. Não sei nem quero saber se esta ministra é de direita ou de esquerda. A única coisa que quero é poder decidir livremente o que quero. Se quero beber e fumar, desde que alertado para os malefícios do álcool e tabaco, o problema é meu!
    Atenção aos partidos de esquerda de portugueses, principalmente a um em particular, que tem tiques de autoritarismos. Apoiar a liberdade para o pensamento que detestamos ou discordamos é sinal democrático. Depois há que combater com inteligência, armas intelectuais e argumentos plausíveis. Nunca com proibições, típicas de sistemas totalitários. Cuidado BE!

  8. Concordo com o que essa Ministra afirma e tb com a esmagadora maioria dos comentários. Mas deixem-me lançar mais umas achas para a fogueira… É que as afirmações desta ministra fazem-me lembrar os extractos – judiciosamente escolhidos para criar escândalo e alarme social – da sentença do Juiz Desembargador Neto de Moura. E com isso, alguém (um(a) jornalista?) muito desonesto(a) quis e conseguiu a crucificação e assassinato moral, pessoal e profissional PÚBLICA deste magistrado: diga-se que este magistrado é um Juiz de topo de carreira, com anos (décadas) de experiência; é um Desembargador. Portanto e perante o absurdo do que veio a lume nas noticias eu quis ver o que ele escreveu no Acordão (este tem cerca de 25 páginas). Para quem não conhece a estrutura dos acórdãos (em processos crime) a estrutura é a seguinte isto funciona assim (grosso modo): Introdução, os factos (imputados a alguém), o Direito (aplicável), subsunção dos factos ao direito (como é que os factos praticados pelo arguido se encaixam nos crimes de que é acusado, atenuantes e agravantes e decisão. O que o Juiz Neto Moura fez foi um pequeno e sintético estudo sociológico da forma como tem sido encarada a infidelidade ao longo dos tempos nos sistemas de matriz cristã (veja-se o artigo 1672.º do Código Civil que prescreve como dever dos cônjuges o Dever de Fidelidade) e isto porque o marido da senhora esteve internado com grave depressão e porque está previsto ara iao encontro do desvalor (ainda bem que ele não se esticou para o sistema muçulmano que, salvo erro. prevê que a mulher seja enterrada viva até pouco acima dos cotovelos e depois assassinada à pedrada …). Ou seja, o que aquele Juiz fez foi fundamentar o seu entendimento para dizer que aqui há lugar a uma atenuante relevante. E notem que o marido foi efectivamente condenado pelo crime de violência doméstica, mas com esta atenuação. De resto, eu não vi nem li – em lado nenhum dessa sentença desta Magistrado a apologia da violência doméstica contra mulheres. Leiam a Sentença! Para concluir: Eu espero muito sinceramente que esta Ministra não seja crucificada e assassinada viva por aquelas declarações e, que continue a ter a coragem de defender pontos de vista que me parecem perfeitamente equilibrados e razoáveis à luz dos nossos Princípios e Direitos Constitucionais (tal como eu estou a tentar desmistificar toda a trama desse pseudo polémico acórdão)

  9. Isto é o que acontece quando na politica aparece alguém correcto.
    Ninguém na Politica gosta desta Srª.
    Não é verdade esta noticia “A ministra diz que as pessoas devem comer, beber,etc…”, a ministra diz a verdade ” As pessoas na Noruega devem ser livres de comer beber , etc…) o que já acontece no resto do mundo as pessoas ainda são livres de escolher o que comem.

  10. Ui os nutricionistas em Portugal quando lerem esta noticia vão todos ter um piripaque… olha comerem tudo o que quiserem… têm é que comer caixas d cartão q não sabe a nada e por isso não engorda… 🙂

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