Milei vai fazer acordo com Israel “contra o terrorismo e ditadura”

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Gala Abramovich/EPA

Javier Milei

Milei visitou Israel em fevereiro e causou controvérsia, tanto ao comparar o ataque do Hamas ao Holocausto como ao anunciar a intenção de transferir a embaixada argentina para Jerusalém.

O Presidente argentino, Javier Milei, anunciou que o país está a trabalhar com Israel num acordo “em defesa da liberdade, da democracia, no combate ao terrorismo e à ditadura”.

Milei fez o anúncio quinta-feira, na capital argentina, durante um encontro com empresários dos dois países, no qual disse que o objetivo é “fortalecer a amizade que existe historicamente entre Israel e a Argentina”.

Num discurso, o chefe de Estado destacou as boas relações entre Buenos Aires e Telavive, que considera, juntamente com os Estados Unidos, o “mais importante parceiro geopolítico” da Argentina.

Milei sublinhou “a afinidade natural que tem com o povo de Israel, mas também a convicção imperturbável de acompanhar, ajudar e trabalhar em conjunto com o Estado de Israel” sempre que possível.

“Kirchneristas fizeram memorando com o Irão”

O Presidente justificou o memorando com o Governo israelita alegando que “os kirchneristas fizeram um memorando com o Irão”.

Em 2013, a então Presidente argentina Cristina Kirchner assinou um acordo com Teerão que previa a criação de uma “comissão da verdade” para investigar um ataque à bomba contra a Associação Mutualista Israelita-Argentina em Buenos Aires em 1994.

O acordo, que permitiria que procuradores argentinos viajassem até ao Irão para interrogar os acusados, foi ratificado pelo Congresso de Buenos Aires, mas não pelo Parlamento iraniano.

Assinaram pactos espúrios de silêncio e cumplicidade com o crime“, acusou Milei, que defendeu que o seu Governo tem avançado com “sanções, alianças em defesa da justiça e da liberdade”.

Horas antes, o Presidente argentino criticou os mandados de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant.

A decisão ignora “o direito legítimo de Israel de se defender perante os constantes ataques de organizações terroristas como o Hamas e o Hezbollah”, escreveu Milei na rede social X.

Milei visitou Israel em fevereiro e causou controvérsia, tanto ao comparar o ataque do Hamas ao Holocausto como ao anunciar a intenção de transferir a embaixada argentina para Jerusalém.

O governo do ex-Presidente Mauricio Macri (2015-2019) já tinha classificado o Hezbollah como organização terrorista. Em julho deste ano, Milei estendeu a classificação ao Hamas.

O Presidente não se retratará e nós não falamos com grupos terroristas”, garantiu na altura a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, em declarações à Lusa. O presidente Javier Milei acusa o Irão de estar por trás dos atentados tanto na Argentina como em Israel, em7 de outubro passado.

“Para sermos claros e que não haja dúvidas: o terrorismo desse trágico 7 de outubro é exatamente o mesmo terrorismo que nos atacou há 30 anos. São setores vinculados ao Irão: Hezbollah e Hamas. Por isso, o terrorismo iraniano é um assunto de interesse nacional que afeta de forma direta a vida dos argentinos”, disse Milei durante o Congresso Mundial Judaico em Buenos Aires, no contexto dos 30 anos do atentado à AMIA.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. E bem, a Argentina já levou com a cultura do Hamas/Heznoball…. Se pensam que está confinada ao território de Israel. Estão enganado

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