O Porto arrancou um importante ponto na visita ao líder da Serie A italiana, o Milan, em jogo da quarta jornada do Grupo B da Liga dos Campeões.
Após o nulo na casa do Atlético de Madrid, os “azuis-e-brancos” mostraram a atitude, personalidade e mentalidades certas, bem como a estratégia adequada para anular por completo os transalpinos na segunda parte, cedendo apenas na segunda.
Ainda assim, olhando para os Expected Goals (xG), os “dragões” mereciam levar mais para casa, mas não nos podemos esquecer que, em duas complicadas deslocações, a formação portuguesa não perdeu nenhuma.
Que primeira parte do “dragão”! Tal como no jogo da jornada passada, a formação portista voltou a mostrar superioridade absoluta ante o Milan, agora em San Siro, com uma exibição personalizada. Assente num 4-4-2 muito coeso no meio-campo, com os dois alas (Luis Díaz e Otávio) a fecharem no meio sem bola, a formação italiana praticamente não existiu.
Ao invés o Porto, comandado por um espectacular Marko Grujic (que até era para começar no banco, mas foi lançado por Uribe se ter ressentido de lesão), chegou ao golo logo aos seis minutos, com o sérvio a recuperar a bola, a conduzir e a assistir Díaz para o 1-0.
Toda a primeira metade foi assim, com o Porto muito mais perigoso, pressionante, objectivo e organizado, terminando com oito remates, cinco enquadrados, quase cinco vezes mais acções defensivas na área contrária (14-3) e mais do triplo das acções com bola na área milanesa. Só Grujic, o MVP desta fase, com um rating de 7.3, somou sete, além de outras tantas recuperações. Esteve em todo o lado.
O cenário mudou um pouco de figura no segundo tempo. Os “rossoneri” entraram bem melhor, acertaram marcações, estancaram a “hemorragia” que se estavam a tornar as transições portistas e começaram a perder menos bolas. A pressão começou a intensificar-se e o empate chegou aos 61 minutos, com Mbemba a fazer autogolo após remate cruzado de Pierre Kalulu.
Stefano Pioli lançou Zlatan Ibrahimovic para os derradeiros instantes, o sueco ainda marcou, um lance anulado por fora-de-jogo, e até ao fim assistimos a um encontro partido, em que o golo poderia ter surgido em qualquer uma das balizas.
Melhor em Campo
Se na primeira parte a grande figura foi Grujic, na segunda, perante a pressão do Milan, teve de ser o sector mais recuado a brilhar, e aí destacou-se um veterano.
Pepe foi um esteio na defesa portista, terminando como melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.0. O central somou o máximo de alívios (9), de recuperações de posse (12), ganhou os três duelos aéreos em que participou e ainda criou uma ocasião flagrante de golo, em dois passes para finalização.
Destaques do Milan
Ciprian Tătărușanu 6.9 – O guarda-redes do Milan fico a apenas três milésimas de Pepe nos ratings e liderou durante bastante tempo. Não fosse Tătărușanu e os “rossoneri” teriam averbado mais uma derrota. O guardião fez quatro defesas, todas a remates na sua grande área.
Olivier Giroud 6.4 – Nos cerca de 74 minutos que esteve em campo foi sempre dos mais esclarecidos e a transmitir a ideia de que poderia decidir. O francês movimentou-se com qualidade e só não se deu bem com a ideia colectiva de lançamentos para as costas da defesa do Porto (já não é propriamente um avançado veloz). Ainda assim enquadrou os dois remates que fez, recebeu 11 passes aproximativos (máximo), ganhou cinco de sete duelos aéreos e “cavou” duas faltas em zona perigosa.
Rafael Leão 5.5 – Jogo discreto do português do Milan, muito colado à linha e com pouca margem para fugir a João Mário, ou a Mbemba em zonas mais centrais. Destaque, ainda assim, para sete tentativas de drible, quatro com sucesso.
Destaques do Porto
Luis Díaz 6.8 – Está numa forma sublime. O colombiano tem uma energia e uma velocidade incríveis e foi sempre um quebra-cabeças para a defesa, surgindo com inteligência nos espaços e “escondendo” a bola como poucos. O extremo fez o golo do Porto, somou três passes para finalização (máximo), registou seis acções com bola na área contrária e completou três de quatro dribles.
Marko Grujic 6.5 – Na primeira parte o sérvio terá realizado a melhor exibição desde que chegou ao Porto na época passada, apesar de, na ideia inicial de Sérgio Conceição, ter sido Matheus Uribe o escolhido para o “onze”. A lesão do colombiano abriu as portas a Grujic, que dominou por completo todo o meio-campo, vertical e horizontalmente, com um raio de acção extraordinário. Aos seis minutos recuperou a bola e assistiu Díaz para o 1-0 e continuou a “varrer” tudo, terminando o jogo com nove recuperações de posse, mas também sete acções com bola na área contrária e quatro remates, o máximo do jogo, todos enquadrados. Na segunda parte caiu um pouco de produção.
Diogo Costa 6.0 – Não foram muitas as defesas do guardião português, somente duas, mas aquele voo na primeira parte, a remate em arco de Giroud, valeu quase todo o seu rating.
Zaidu 5.6 – Jogo positivo do nigeriano, em especial a defender. Quase sem presença nos momentos de ataque, Zaidu somou quatro desarmes, máximo a par de Otávio, outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário e três bloqueios de cruzamento.
Evanilson 5.6 – Menos acompanhado no ataque, pois Taremi jogou bem recuado, mais do que o costume, o brasileiro teve poucas oportunidades para fugir à marcação dos defesas do Milan, mas no único remate que realizou atirou ao ferro, num lance que valeu 0,5 Expected Goals.
Otávio 5.5 – O brasileiro teve uma missão defensiva muito importante. Às seis recuperações de posse juntou três acções defensivas no meio-campo contrário, quatro desarmes e três bloqueios de passe/cruzamento.
Sérgio Oliveira 5.2 – Pode-se dizer que Grujic roubou o protagonismo a Sérgio Oliveira, que passou discreto pelo jogo. Destaque apenas para uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização.
João Mário 5.1 – Menos acutilante do que habitual em termos ofensivos, lutou muito, fez quatro alívios e recuperou nove vezes a posse de bola. Esteve pior no passe, com apenas 69% certos, e foi driblado três vezes, duas no primeiro terço.
Chancel Mbemba 5.0 – Nota afectada pela infelicidade que teve ao marcar um autogolo. Tirando isso, esteve sólido, sem deslumbrar, com seis alívios realizados.
Mehdi Taremi 5.0 – A tarefa do iraniano passava também por pressionar os médios mais recuados do Milan, pelo que esteve menos junto da área contrária. Destaque para quatro acções com bola na área contrária e oito duelos aéreos ofensivos, dos quais ganhou somente dois.
Vitinha 4.6 – Jogou os últimos 20 minutos, mas não se deu bem com o futebol mais físico dos italianos e com o jogo partido.
Resumo
// GoalPoint