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Microsoft está a desenvolver uma aplicação capaz de prever crimes

(dr) DreamWorks Pictures

Minority Report, de Steven Spielberg (2002)

Minority Report, de Steven Spielberg (2002)

A Microsoft está a desenvolver uma nova aplicação que aparentemente será o embrião do que vimos no filme Minority Report, filme de ficção científica de Steven Spielberg, estreado em 2002.

De acordo com o vídeo de uma suposta apresentação da gigante de software, descoberto pelo portal Fusion, o programa poderá prever se um dado criminoso irá reincidir ou não no prazo de seis meses.

Quem apresenta a aplicação e explica as suas funcionalidades é o gestor sénior de software de Microsoft, Jeff King.

Durante a apresentação, que tem duração aproximada de uma hora, King explica que a Microsoft fez um esforço de desenvolvimento para criar um programa que irá poder prever o comportamento humano a partir da análise de acontecimentos passados.

Nessa análise, são contabilizados diversos pontos, como se um indivíduo já fez parte de uma gang, se já frequentou um programa de reabilitação, como se comportou durante o período em que ficou preso, e mais uma série de outros factores.

O software não passa para já de um conceito, mas, segundo King, já consegue prever o que acontece com um criminoso, a seis meses de distância, com uma precisão em 91% dos casos.

Muito embora a aplicação não passe de um esboço, a ideia já está a preocupar alguns especialistas em segurança.

Afinal de contas, o que as forças policiais e agências de inteligência poderiam fazer com este tipo de informações? Pior do que isso, como é quem um crime que ainda sequer foi cometido pode levar à detenção de um indivíduo?

“Temo que estes programas estejam a criar um ambiente onde a polícia possa aparecer do nada nas casas das pessoas para a prender, por qualquer motivo”, diz Hanni Fakhoury, advogado da Electronic Frontier Foundation.

Para Jay Stanley, analista sénior de política na American Civil Liberties Union, é preciso ter bastante prudência, principalmente na altura de determinar que tipo de papel esta tecnologia vai ter na sociedade.

“Os dados que alimentam esse algoritmo têm que ser abertos e transparentes, e o que se vai fazer com os resultados precisa de ser analisado minuciosamente”, defende Stanley.

Estaremos a caminho do que Steven Spielberg previu no seu Minority Report, um mundo em que as preocupações com a segurança e a prevenção do crime se sobrepõem às preocupações com a justiça e os direitos das populações?

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