Uma equipa de investigadores encontrou uma forma de iluminar tumores malignos durante a cirurgia para que os médicos possam diferenciar entre as áreas cancerígenas e os tecidos saudáveis.
Quando o cancro sofre metástase, espalha-se para as áreas ou órgãos próximos, levando a que por vezes os médicos não consigam removê-lo na totalidade, relatou o Interesting Engineering.
O estudo, publicado na Cancer Research, foi realizado em ratos. A equipa utilizou uma técnica chamada “imagem molecular”, no qual os químicos injetados na corrente sanguínea são atraídos pelas células cancerígenas. Estes químicos iluminam-se durante um processo chamado fluorescência, ajudando os médicos a identificar as partes dos tumores que não foram removidas.
Para melhorar a qualidade visual das imagens, os investigadores utilizaram uma câmara HD para capturar a fluorescência de luz infravermelha de onda curta (SWIR), que é invisível a olho nu.
O neuroblastoma é um tipo de cancro que ocorre principalmente em bebés e crianças. Desenvolve-se a partir de células nervosas encontradas em várias partes do corpo. Representando cerca de 10% dos tumores malignos em crianças e resultando em 15% das mortes relacionadas com o cancro na população pediátrica, é uma das doenças mais desafiantes para médicos e cirurgiões pediátricos.
O estudo reconhece que o tratamento e os resultados em pacientes com neuroblastoma de alto risco continuam a ser baixos porque as cirurgias são complexas. Embora a remoção do tumor – juntamente com alguns tecidos saudáveis – seja o padrão entre os oncologistas, é uma cirurgia desafiante, visto que esse tipo de cancro infiltra-se nas cavidades abdominal e torácica, nervos e vasos principais.
Os investigadores acreditam que a cirurgia guiada por fluorescência pode enfrentar esse desafio, fornecendo um mapa visual de tumores utilizando corantes fluorescentes. Esse mapa ajudará os cirurgiões a diferenciar entre tecidos tumorais e tecidos saudáveis, ajudando na preservação das estruturas circundantes.
O estudo aponta ainda que, que embora muitas técnicas específicas para tratar tumores estejam a ser investigadas em ensaios clínicos com humanos adultos, ainda não há nenhuma disponível para utilização em oncologia pediátrica.