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Meteorito que caiu na Rússia contém um dos cristais mais raros da Terra

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Talapin et al; US Department of Energy

Estrutura atómica do quase-cristal (E); Quase-cristal sintético (D)

Estrutura atómica do quase-cristal; Quase-cristal sintético

Um grupo de geólogos da Universidade de Florença, em Itália, descobriu um cristal raríssimo num meteorito que caiu na Rússia, em 2011.

Os cientistas examinaram um grão do meteorito encontrado na região leste do país, e encontraram um pedaço de quase-cristal com apenas poucos micro-metros de largura.

Esta é a terceira vez que este material é encontrado na natureza. Com origem no espaço, estes cristais são incríveis pela sua raridade e pela peculiaridade da sua estrutura atómica.

Durante décadas, a existência dos quase-cristais foi classificada como “impossível” e o primeiro cientista a descobrir um deles chegou a ser ridicularizado por propor a sua existência.

“O que nos encoraja é que já encontramos três tipos diferentes de quase-cristais no mesmo meteorito, e o mais recente tem uma composição química que nunca foi observada em um quase-cristal”, afirmou um dos investigadores, Paul Steinhardt.

“Isto sugere que há mais a ser encontrado, talvez mais quase-cristais que não sabíamos que existiam”, sublinhou.

De acordo com o estudo publicado na Nature, o material observado é composto por átomos de alumínio, cobre e ferro.

Descoberto em 1982 pelo químico israelita Daniel Shechtman, o quase-cristal é um sólido semelhante ao cristal clássico, mas com uma estrutura com repetições incomuns.

Os cristais clássicos como os flocos de neve, diamantes e o sal de cozinha são formados por átomos que se complementam de forma perfeitamente simétrica.

Antes da confirmação da existência dos quase-cristais, os cientistas acreditavam que havia poucas opções para as repetições de uma estrutura simétrica: duas vezes, três vezes, quatro vezes ou seis vezes. Mas os quase-cristais quebram esta regra, apresentando repetições simétricas cinco vezes.

(dr) Paul Steinhardt

Imagem real do quase-cristal com sua estrutura pentagonal

Imagem real do quase-cristal com sua estrutura pentagonal

O cientista do Departamento de Energia dos EUA, Pat Theil, explica que os cristais são como azulejos – para conseguirmos cobrir uma área sem deixar espaços vazios, devem ter formato de retângulo, triângulo, quadrados ou hexágonos – ou seja, um pentágono não funcionaria.

Os quase-cristais são como azulejos com formato de pentágono, mas os formatos dos átomos podem mover-se para preencher os espaços vazios.

Apesar de serem muito raros, os quase-cristais podem ser facilmente criados em laboratório – e são usados em vários objetos comuns como frigideiras e lâmpadas LED.

ZAP / HypeScience

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