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Mais de metade dos desempregados não recebe qualquer subsídio

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José Sena Goulão / Lusa

A taxa de cobertura tem dado sinais de recuperação, mas muitas das pessoas que não têm trabalho continuam sem receber qualquer subsídio.

Há cinco anos que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego do IEFP está a baixar. No entanto, ainda há 168 mil pessoas sem trabalho que não recebem qualquer tipo de subsídio.

O Instituto do Emprego e Formação Profissional revelou esta quarta-feira que, em outubro, estavam inscritos nos centros de emprego 334.241 desempregados, menos 17,4% do que há um ano. Ainda assim, a Segurança Social, no mesmo mês, só pagou subsídio de desemprego a 165.827 pessoas.

No fundo, constata o Diário de Notícias, 50,4% dos desempregados não recebem qualquer apoio social.

De acordo com o matutino, a comparação do número de desempregados contabilizados pelo IEFP ao longo do mês de outubro dos últimos dez anos com os desempregados com e sem subsídio mostra que nem foi nos tempos em que o desemprego mais subiu que a taxa de cobertura do subsídio foi menor.

O pico dos desempregados ocorreu em 2012 e 2013, mas foi em outubro de 2016 que se registou o valor mais alto de desempregados sem qualquer apoio social.

A principal explicação para que a percentagem de pessoas sem proteção no desemprego tenha aumentado de 38% em 2008 para 57,2% em 2016 reside nas mudanças que foram impostas às regras de atribuição do subsídio de desemprego na última década, nomeadamente a criação da prova de condição de recursos no acesso aos subsídios sociais e, mais tarde, a redução do período de atribuição.

Para a redução do universo dos que ficam desprotegidos contribuiu a medida de apoio aos desempregados de longa duração que começou a ser aplicada em junho de 2016 e que, no mês passado, abrangia já 2.740 pessoas.

Além disso, a medida que vai chegar já no próximo ano e que permite prolongar a concessão do subsídio social aos desempregados com mais de 55 anos até que atinjam a idade para entrar na reforma por desemprego de longa duração também deverá contribuir para essa redução.

ZAP //

12 Comments

  1. A maior parte dos contratos de trabalho, quando os há, não atinge o tempo exigível para a obtenção do subsídio de desemprego. Cada vez mais os patrões são mais protegidos pelas leis laborais. Um dia isto vai rebentar e já tarda.

    • Pois, oh Ana, se há alguém que é pouco protegido pela leis laborais são os patrões e os trabalhadores por conta própria, precisamente aqueles que mais arriscam e que por isso até deviam ser mais protegidos.
      O problema é que também são os que menos berram, provavelmente porque o perfil deles é mais combater, e não tanto berrar e chorar.
      Não sei exactamente como está agora, mas até há bem pouco tempo um trabalhador por conta própria ou um patrão que de repente ficasse sem trabalho tinha direito a NADA!
      E NADA é o que recebem quando tiram um mês de férias, e NADA é o que recebem quando chega o Natal e acaba o ano, e NADA é o que recebem se durante meia dúzia de meses os clientes não aparecem. E quando a crise chega, chega para sempre, os prejuízos nunca serão repostos, nunca virá alguém repor o que deixou de se ganhar e o tempo perdido.
      Acha que ser patrão é assim tão fácil e assim tão bom, olhe, torne-se também um patrão, você e os que estão sempre a berrar e a exigir, mas que são incapazes de se tornarem autónomos. Portugal agradece!

      • Se é patrão está desculpado. Se não é, então não tem consciência de classe e faz o jogo sujo do patronato.

  2. Oh pah..o problema é que anda tudo a querer enganar toda a gente. patrões não querem pagar o justo, patrões a quererem fugir o mais possível aos impostos, no limite da legalidade, depois tem a segurança social que prefere pagar a quem não quer trabalhar e quem trabalha tem que seguir à risca as leis.
    Tem 3 tipos de trabalhadores:
    1- aqueles que querem trabalhar e só encontram porcaria
    2- aqueles que não tem competências para o lugar, mas que tem cunha
    3 – aqueles que têm boas mãos para trabalhar, mas que com a ajuda da segurança social, nada querem fazer

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