A chanceler alemã e o Presidente francês lançaram esta quinta-feira uma iniciativa para permitir a receção por vários países europeus de cerca de 400 migrantes menores desacompanhados do campo de refugiados de Moria, na Grécia, devastado por um incêndio.
A informação da proposta de Angela Merkel e Emmanuel Macron foi revelada à agência francesa France-Presse por uma fonte próxima do processo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha pediu aos países da União Europeia que cuidem dos migrantes atingidos pelo “desastre humanitário” causado pelo incêndio no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos. “Temos de determinar rapidamente uma forma de ajudar a Grécia” e incluir nessa ajuda “uma distribuição entre os países da UE disponíveis para receber [os migrantes]”, afirmou Heiko Maas.
Os jovens serão distribuídos entre os países da União Europeia que vão aderir à iniciativa franco-alemã, explicou a mesma fonte, acrescentando que os detalhes vão ser divulgados posteriormente pela chanceler, cujo país preside atualmente ao Conselho da UE.
Após o incêndio na noite de terça-feira no campo de migrantes de Moria, na ilha de Lesbos, novas frentes de fogo foram desencadeadas na tarde de quarta-feira, destruindo quase tudo o que restou no local que acolhia cerca de 13 mil refugiados, incluindo perto de quatro mil crianças.
Milhares de refugiados ficaram expostos na madrugada desta quinta-feira ao mau tempo que se fez sentir na Grécia, à espera de transferência das instalações destruídas pelo incêndio.
Segundo a agência noticiosa grega ANA, os incêndios terão sido ateados na sequência da revolta de alguns requerentes de asilo colocados em isolamento, após terem tido resultado positivo no teste à covid-19.
Os bombeiros de Lesbos estavam também a combater dois outros incêndios florestais na parte ocidental da ilha. Não há relatos imediatos de feridos.
Na semana passada, as autoridades gregas detetaram um primeiro caso de coronavírus no campo de Moria, um residente somali, tendo colocado o acampamento de quarentena. As autoridades sanitárias afirmaram na terça-feira que diagnosticaram 35 casos de covid-19 até à data, após uma grande campanha de testes nas instalações sobrelotadas.
No país encontram-se mais de 24 mil requerentes de asilo, que permanecem em instalações insalubres e lotadas.
Os principais campos de refugiados estão montados em cinco ilhas do Mar Egeu. De acordo com as autoridades, os refugiados que chegam à Grécia são sujeitos a uma “quarentena” em “estruturas separadas” para que seja evitada a propagação do coronavírus SARS CoV-2.
Até ao momento não se registou qualquer óbito por covid-19 nos campos de refugiados da Grécia.
// Lusa
É a parte mais aceitável. As crianças não tem culpa de terem nascido !