Durante reunião, soube que o ex-namorado estava a tentar levar o bebé; Mercadona não a deixou sair

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Situação familiar degradou-se e, no ano passado, chegou o choque com a empresa em Espanha: “Tens que estabelecer a diferença entre capricho e necessidade”.

María, nome fictício, separou-se do seu companheiro, quando o casal já tinha um filho. O conflito começou e a espanhola denunciou-o por maus tratos, além de pedir protecção à Justiça.

María trabalha no Mercadona, em Espanha. Logo nessa altura informou a sua chefe – que ignorou.

Em 2020, a funcionária estava em licença de maternidade mas, mesmo assim, foi chamada a uma reunião do Mercadona. Durante essa reunião, telefonaram-lhe a avisar: o ex-namorado estava lá em casa a tentar levar o bebé. O Mercadona não a deixou sair da reunião, segundo o Noticias Trabajo.

Nos últimos anos a situação com o ex-namorado não melhorou e, no início do ano passado, María informou o superior que estava a enfrentar problemas que começavam a afectá-la no trabalho: o telemóvel da empresa estava a ser rastreado pelo ex-namorado, que a controlava a toda a hora. A Mercadona continuou em silêncio.

A funcionária tentou ser dispensada várias vezes para tratar do caso na Justiça; não conseguiu. Tinha o cargo de “directiva” e, por isso, não podia. Com uma situação insuportável, e com medo pela sua vida e pela sua família, tentou maior compreensão e flexibilidade da empresa; não conseguiu.

Ainda em 2024, o ex-namorado apareceu no Mercadona duas vezes. A empresa foi informada mas nada fez. María ainda tentou uma autorização para reunir-se com o advogado; resposta da empresa: “Tens que estabelecer a diferença entre capricho e necessidade”.

Em Setembro passado, María ficou de baixa médica. O Mercadona tirou-lhe o “complemento do posto de trabalho” e o salário da trabalhadora desceu para pouco mais de metade – recebia 6.726,29 euros brutos mensais para depois receber cerca de 3.500 euros brutos por mês.

Quando conseguiu uma reunião com os recursos humanos do Mercadona, pediu a presença do advogado e de um representante do sindicato. A empresa cancelou a reunião.

Já no início deste ano, não teve direito ao bónus financeiro que os colegas tiveram. Enquando o silêncio da empresa continua.

É uma estratégia de desgaste, com o objectivo de levar à saída da trabalhadora sem qualquer custo para a empresa, segundo uma fonte do processo.

Agora, María vai tentar a rescisão do contrato com direito a indemnização que ronda 100 000 euros.

O caso já seguiu para o Tribunal do Trabalho. O Mercadona diz que não identificou qualquer caso com estas características.

ZAP //

11 Comments

  1. O titulo da noticia é completamente ao lado, induz mesmo o oposto do que a noticia revela.
    Pensei que o Mercadona soube do problema durante uma reunião e não despediu a en«mpregada para esta não perder o filho para o ex-namorada (por falta de rendimentos).

  2. Não percebi esta parte:
    “A funcionária estava em licença de maternidade mas, mesmo assim, foi chamada a uma reunião do Mercadona. ”
    Estava de licença e mesmo assim foi até a reunião e deixou o bebé em casa?
    Bastava dizer “não”, por telemóvel e por e-mail para manter a infração documentada.

    Esta parte também não percebi:
    “O Mercadona não a deixou sair da reunião”.
    Ela foi trancada dentro da sala? Bastava levantar e ir embora.

    Sabe porque ela não diz “não”?
    Para crescer na empresa.
    A notícia original diz que o salário dela é de 6.726,29 euros brutos.

    Enfim, são as escolhas da vida.

    Eu sei que esse comentário será censurado.
    Afinal, não é politicamente correto dizer que a pessoa foi vítima das suas próprias escolhas.

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    • O seu comentário não só deve ser censurado como exposto ao ridículo.
      Ou o senhor não sabe ler português ou é mesmo uma besta sem o mínimo de empatia.
      Qualquer ser humano que leia a notícia, facilmente se apercebe da indignidade dos responsáveis dos recursos humanos do Mercadona, para além de cometerem vários crimes não tiveram a dignidade de ajudarem uma funcionária que lhes pediu ajuda várias vezes, entre os piores criminosos e os responsáveis desta unidade do Mercadona não existe diferença nenhuma.
      Depois admiram-se que apareçam tantas mulheres mortas pelos companheiros, a sociedade não só fecha os olhos como encobre os criminosos.

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      • Obrigado pelo seu comentário, muito inspirador.
        Deixo o conselho de uma velha pessoa: não ataque a pessoa (ad hominem) ataque as ideias.
        Adjetivar pejorativamente as pessoas que pensam diferente de você não condiz com a grandeza deste site.

        Eu era essa pessoa: colocava a carreira a frente de mim e da minha família.
        Também fui em reuniões nas férias com medo de que a minha substituta roubasse o meu lugar.
        Um dia, tive um colapso mental e descobri que somos apenas números.
        Fui de gerente a peça quebrada de uma engrenagem que não funciona mais.
        Passei por quase tudo o que essa senhora passou.
        Cometi os mesmos erros, mas aprendi com os meus erros.
        Hoje, ganho menos mas sou mais feliz no meu trabalho.

        O Mercadona é uma empresa, não a Santa Casa de Misericórdia.
        Quando você aceita um cargo de “directiva”, você aceita um pacote de 6.726,29 euros + bónus.
        Esse pacote tem suas obrigações. Em Portugal chama-se Isenção de Horário de Trabalho.
        Na prática, você vira refém e vende sua alma para a empresa.

        Como eu disse, são as escolhas da vida.
        Porque isso ofende tanto?

        Um detalhe, porque vejo que andam a confundir as coisas por aqui:
        O segurança de supermercado não tem poder de polícia e não pode impedir a entrada de uma pessoa com base numa ordem de afastamento judicial.
        Isso é ilegal! Isso cabe exclusivamente às autoridades judiciais e policiais.
        Logo, o pedido dessa senhora é improcedente e não vejo o porquê de ter sido metido no barulho (talvez para ganhar a simpatia de desavisados).

        O Mercadona será condenado e pagará, mas não mudará o seu modus operandi.
        Por um singelo motivo: assim gera mais lucro. É mais barato pagar eventuais condenações do que pagar o que é devido a todos os funcionários.

        Somos apenas números, desde a revolução industrial.
        Porque isso pode ofender tanto?

    • Muito complicado compreender que a funcionária tenha receio de ser despedida, ainda mais quando tem um filho para sustentar, não é?

      • Medo de perder o trabalho todos temos.

        Quem entra em uma relação tóxica geralmente tem dificuldade em colocar limites.
        E essa mesma dificuldade acaba por aparecer no trabalho: a pessoa não consegue dizer “não”, assume mais responsabilidade do que é devida e vive em um ambiente laboral tóxico que não respeita a vida pessoal dela.

        Existem estudos que mostram indícios de que pessoas que se encontram em relacionamentos tóxicos tendem a se envolver também em ambientes laborais tóxicos. Não é uma relação de causa e efeito, mas sim de correlação.

    • Um caixa no mercadona em portugal ganha 1100-1400 brutos, Com o ordenado dela diria chefe de zona (cá em portugal ganha entre 4000 e 4500 brutos. mas estamos a falar de carga de trabalho e responsábilidade totalmente diferentes.

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