Mercado: a Premier League gosta de Portugal – que já não é “terra de pechinchas”

@Arsenal / Twitter

Fábio Vieira com a camisola do Arsenal.

Fábio Vieira com a camisola do Arsenal.

Fábio Vieira e Darwin Núñez são apenas os casos mais recentes. Hugo Viana e Cristiano Ronaldo iniciaram esta sequência há 20 anos.

É a aliança mais antiga do mundo. Portugal e Inglaterra (hoje Reino Unido) estabeleceram uma aliança há mais de 600 anos.

Hoje essa aliança político-económica é também visível no futebol.

Há duas semanas o Benfica confirmou a saída de Darwin Núñez para o Liverpool. Na semana passada o FC Porto confirmou a saída de Fábio Vieira para o Arsenal.

Estes dois jogadores são apenas os casos mais recentes de uma sequência de grandes nomes que começou há praticamente 20 anos, quando Cristiano Ronaldo deixou o Sporting para assinar pelo Manchester United, em 2003.

Ou, se recuarmos um ano, Hugo Viana também deixou Alvalade para ser jogador do Newcastle, em 2002. “O melhor jovem futebolista do mundo” na altura, declarou Freddy Shepherd, presidente do Newcastle, que se antecipou ao interesse do Liverpool.

Há precisamente uma semana completaram-se 20 anos desde essa transferência de Hugo Viana. E, ao longo destas duas décadas, os clubes ingleses mostraram frequentemente que gostam de vir buscar reforços a Portugal.

Depois de Cristiano e Hélder Postiga, José Mourinho. O próprio Mourinho levou logo Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Tiago. Pedro Mendes saiu para Inglaterra igualmente em 2004.

Nuno Valente, Anderson, Nani, Bosingwa, Bebé, David Luiz, Ramires, Raúl Meireles, Javi García, Matić, van Wolfswinkel, Marković, Mangala, Fernando, Rojo, Cédric, Éder, Imbula, Slimani, Ederson, Lindelöf, Adrien, Dalot, Ricardo, Rui Patrício, Boly, Bruno Fernandes, Raúl Jiménez, Rúben Dias, Alex Telles, Fábio Silva, Nuno Tavares, Luis Díaz…

Todos estavam num emblema português e rumaram à Premier League nos últimos 20 anos. E a lista não está completa. Só incluímos no parágrafo anterior as transferências mais conhecidas de milhões de euros. Tudo junto, são centenas de milhões de euros gastos por clubes ingleses em futebolistas que jogavam em clubes portugueses.

Para os grandes de Inglaterra que estão atentos a bons jogadores fora dos campeonatos de Alemanha, Espanha, França e Itália, a melhor resposta está mesmo em Portugal, sublinha o portal The Sportsman.

A liga portuguesa era sinónimo de reforços baratos. Saíam de Portugal bons jogadores por preços muito mais baixos, comparando com outras ligas europeias como Espanha ou Itália.

Mas esse cenário acabou. Basta olhar para os nomes recordados acima. Houve uma “mudança na percepção da Liga portuguesa”.

“Portugal já não é uma terra de pechinchas”, avisa o artigo.

Os clubes portugueses, essencialmente os “grandes”, subiram a parada, aumentaram os valores das suas vendas (tendência global, diga-se), mas a qualidade de quem joga cá mantém-se. Em alguns futebolistas, pelo menos.

As transferências recentes de Darwin e Fábio – Palhinha deve ser o próximo – são um “indicativo da tendência deste Verão”. Ou seja, os clubes da Premier League vão (de novo) procurar em Portugal reforços para os seus plantéis.

Falta avaliar a “viabilidade a longo prazo” de vir buscar talentos ao campeonato português. Darwin e Fábio podem ditar o início de nova “invasão portuguesa”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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