Diversos fatores vão influenciar o setor ao longo deste ano, mas os maiores responsáveis preveem um cenário de crescimento.
O mercado imobiliário é uma das maiores preocupações dos portugueses. Aliás, para milhares ou milhões de pessoas, será mesmo a maior preocupação mês após mês, ao olhar para o seu orçamento.
O mercado imobiliário nacional em 2025 vai depender de muitos fatores, incluindo internacionais – como é habitual, mas nos últimos tempos essa dependência é ainda mais evidente.
No entanto, e ainda sem ter números concretos, os responsáveis das maiores imobiliárias preveem um mercado em crescimento ao longo deste ano.
No Executive Digest, Ricardo Sousa, diretor executivo da Century 21 Portugal, lembra condicionantes importantes: contexto económico, condições de acesso ao crédito e dinâmicas demográficas. Mas acredita no aumento de compra e venda, numa trajetória de crescimento sustentável.
Ricardo espera uma redução progressiva das taxas de juro mas avisa: “Não se prevê uma redução dos preços, mas sim uma estabilização dos valores praticados“.
“A procura internacional deverá continuar a desempenhar um papel relevante, sobretudo em regiões turísticas, enquanto a preferência dos compradores nacionais está cada vez mais orientada para soluções economicamente acessíveis. Este fenómeno poderá favorecer o mercado de segunda mão e incentivar a rotação de imóveis“, acrescentou.
Rui Torgal, da ERA Portugal, foca-se nos EUA: “Julgo que a vitória de Donald Trump trará dificuldades acrescidas à Europa, sobretudo devido ao protecionismo anunciado, e esta incerteza poderá significar alguma retração global no mercado imobiliário durante o primeiro semestre”.
No entanto, o empresário não prevê muitas mudanças em Portugal por causa do novo presidente dos EUA: “Prevejo mesmo que continuará a crescer no próximo ano. Mas acredito também que este crescimento não será igual ao de anos anteriores“.
Já Manuel Alvarez, presidente da RE/MAX Portugal, salienta a “capacidade de adaptação às transformações económicas, sociais e demográficas que têm moldado o setor nos últimos anos”.
“A dinâmica entre uma oferta insuficiente e uma procura crescente, sobretudo nas áreas metropolitanas, continuará a exercer pressão sobre os preços. A resposta para mitigar esta tendência passa, inevitavelmente, pela implementação de estratégias que promovam o aumento da oferta habitacional de forma ordenada e acessível”.
Para Manuel Alvarez, além do investimento estrangeiro, há outro fator que vai fazer o mercado imobiliário crescer em Portugal: o regresso de cidadãos que emigraram nos últimos anos. Em relação aos preços, prevê estabilização em áreas específicas.