A mensagem de Ano Novo da coordenadora do Bloco de Esquerda já tem um travo a campanha eleitoral. Os casos judiciais e a pandemia de covid-19 são o mote para os quais Catarina Martins pede meios.
O ano de 2021 foi “mais um ano difícil, marcado pela pandemia”. “Mas não só.”
A coordenadora do Bloco de Esquerda centra a sua mensagem de Ano Novo em dois temas que marcaram o ano: a pandemia de covid-19 e a corrupção.
Fazendo-se valer dos exemplos da fuga e detenção de João Rendeiro e de Manuel Pinho ou até das investigações aos clubes de futebol, Catarina Martins pede que se quebrem os “bloqueios na falta de meios das autoridades judiciárias”, que fazem arrastar os processos nos tribunais portugueses.
Para resolver o problema, mune-se de propostas concretas, como o fim dos offshores, dos vistos gold, “o controlo de capitais” e a “criminalização do enriquecimento ilícito”.
“São estas as armas da democracia contra a corrupção“, garante.
Em 2022, e sempre, continuaremos lado a lado. pic.twitter.com/SJc5USDVI3
— Catarina Martins (@catarina_mart) December 28, 2021
Para Catarina Martins, “a corrupção é uma ameaça contra toda a gente porque nos rouba recursos, vicia os governos, empobrece Portugal”. “Precisamos destes recursos para o que importa na vida das pessoas”, sustenta a bloquista.
“Para responder pelo salário, pelo clima, pela saúde”, elenca, numa menção às bandeiras pelas quais o partido se regeu no último ano.
No vídeo de dois minutos, partilhado nas redes sociais, a coordenadora do Bloco de Esquerda elogia a vacinação contra a covid-19 e deixa um apelo à inoculação das crianças.
Sobre os profissionais de saúde, as vítimas colaterais do vírus, admite estarem “exaustos e sobrecarregados”. Por isso, promete assegurar ao SNS “os profissionais de que precisa, criar carreiras na saúde e investir nos hospitais e centros de saúde”, defendendo que o Serviço Nacional de Saúde deve ter “o melhor do país”.
A mensagem de Ano Novo do Bloco de Esquerda termina com uma mensagem direta ao primeiro-ministro, António Costa, e um aviso ao PS, que “rejeitou um acordo com a esquerda” na saúde e nas leis laborais porque “preferiu provocar eleições em janeiro”.
“António Costa já explicou porquê” e o motivo é só um: “Quer a maioria absoluta“, acusa. Mas o Bloco de Esquerda não desiste: “Não hesitamos, não recuamos.”
“Só rejeitando a maioria absoluta poderemos encontrar soluções para o SNS e para o salário, ou um esforço verdadeiro para derrotar a corrupção”, avisa Catarina Martins, que concluiu garantindo que “em 2022 e sempre, com a força que o povo nos confiar, o Bloco de Esquerda lutará por essas soluções”.