Megaoperação da Polícia Marítima desmantela máfia da amêijoa

amn.pt

Foram identificados vários trabalhadores imigrantes, principalmente oriundos da Venezuela, que terão sido trazidos para Portugal por redes de tráfico humano. Estima-se que a apanha ilegal da amêijoa no Tejo renda 22 milhões de euros por ano.

Uma extensa operação levada a cabo pela Polícia Marítima na zona da praia do Samouco, em Alcochete, resultou na identificação de pelo menos 500 pessoas e na constituição de 25 arguidas por infrações relacionadas com a apanha ilegal de amêijoa. Esta megaoperação, que ocorreu esta segunda-feira, evidenciou a complexidade e a dimensão do problema no rio Tejo.

As autoridades, através da unidade de investigação criminal da Polícia Marítima, identificaram um indivíduo suspeito de ser o receptor desta mão de obra ilegal, potencialmente um dos líderes das redes de tráfico de pessoas e de exploração da apanha ilegal de amêijoas, refere o Correio da Manhã.

Cerca de 100 elementos da Polícia Marítima, com o apoio do Serviço de Informação e Segurança (SIS), foram mobilizados para esta operação. Durante a ação, foram apreendidos 2700 euros e quatro carrinhas, indicando o nível de organização e lucro envolvido nesta atividade ilegal.

Uma descoberta notável desta operação foi a identificação de trabalhadores ilegais oriundos da América do Sul, em particular da Venezuela, que estavam sem documentação legal. Segundo o comandante regional da Polícia Marítima, Paulo Rodrigues Vicente, a maioria dos trabalhadores detinha um título provisório de residência já caducado. Estas pessoas serão agora encaminhadas para as autoridades competentes.

Uma operação semelhante em junho resultou na detenção de três indivíduos e na constituição de 10 arguidos. Os números envolvidos no tráfico internacional de bivalves são impressionantes. Estima-se que diariamente sejam retiradas do Tejo entre 20 a 30 toneladas de amêijoa, avaliadas no mínimo em 60 mil euros. Anualmente, esta atividade ilegal pode gerar cerca de 22 milhões de euros, um valor que tende a duplicar nos países de destino do tráfico.

A operação na praia do Samouco contou com a participação de várias divisões da Polícia Marítima, incluindo o Comando-local de Lisboa, o Grupo de Ações Táticas (GAT) e a Unidade Central de Investigação Criminal (UCIC).

Este esforço conjunto visa desmantelar as redes criminosas e proteger os recursos naturais do país, ao mesmo tempo que se combate a exploração de trabalhadores imigrantes em situações vulneráveis.

ZAP //

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