Medina critica quem se aproveitou do caso Montenegro (incluindo no PS)

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Manuel de Almeida / Lusa

O ministro das Finanças, Fernando Medina

“Lamento não termos conseguido evitar as eleições”, diz o único deputado que apresentou uma declaração de voto na moção de confiança.

Quando chegou o momento de votar a moção de confiança apresentada por Luís Montenegro, não houve surpresas de última hora nos votos; mas houve dois momentos que se destacaram.

Um deles foi o silêncio. Quando uma moção é rejeitada ou aprovada, costuma haver aplauso prolongado na Assembleia da República. Desta vez, nada. Ninguém ficou propriamente “aos saltos” por causa da queda do Governo.

Antes desse, o outro momento que se notou foi quando Fernando Medida pediu a palavra: anunciou que tinha uma declaração de voto para apresentar.

Foi o único deputado a apresentar uma declaração de voto. Entretanto já explicou porquê: preferia que não houvesse eleições antecipadas.

“Quis sublinhar o aspecto, este lamento de não se ter conseguido chegar a um ponto em que poupássemos o país a uma situação de crise política e novas eleições”, justificou o deputado do PS.

Medina acha que deveriam ser feitos “todos os esforços para assegurar estabilidade política” porque “é preciso ter consciência de que o país não quer novas eleições“.

Fernando Medina critica quem se aproveitou politicamente do caso Spinumviva, a empresa familiar de Luís Montenegro – incluindo dentro do PS (mesmo sem o dizer).

Ouvi muitas insinuações, calúnias e falsidades sem qualquer demonstração. Condeno isso de praça pública, seja de que partido seja. Vi tentativas de aproveitamento político contra o primeiro-ministro que não me pareceram próprias de um debate, que não se deve confundir com esclarecimento”, afirmou, na Antena 1.

No entanto, o antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa ficou “surpreendido” porque Montenegro fez uma “má avaliação política” desta situação: o primeiro-ministro deveria ter encerrado a empresa e “reconhecido que tinha cometido um erro, e nada disto teria chegado a estas proporções”.

Nas próximas eleições, Fernando Medina teme uma abstenção elevada, se os partidos não se centrarem nas prioridades dos eleitores. E também sublinha que há um “risco de crescimentos dos extremos”.

Em relação à postura de Marcelo Rebelo de Sousa no meio desta crise, o deputado socialista admite que o presidente da República estava “limitado” por causa da falta de entendimento entre PSD e PS.

Por falar em presidente, Medina assegura que vai apoiar António Vitorino nas próximas eleições presidenciais, caso Vitorino seja mesmo candidato a Belém.

ZAP //

1 Comment

  1. O problema da política em Portugal é sempre o mesmo: os maus hábitos que os principais partidos têm desde quase a fundação. Já não se preocupam sequer em disfarçar que só existem para se servir dos portugueses,não para os servir, para além de ser uma classe genericamente corrupta e dada a conluios e negociatas obscuras. Infelizmente também estão todos, de uma ou outra forma, comprometidos com alguém ou algum conjunto de interesses. Depois admiram-se de ninguém confiar neles, de serem rotulados de bandidos e de qualquer ocasião ou dúvida sequer servir de arma de arremesso política? São todos iguais, uns mais que outros, mas enfim… Houvesse quem limpasse o pântano…

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