Descoberto medicamento capaz de resgatar memórias perdidas

Cientistas descobriram que o medicamento roflumilast, usado para doença pulmonar, é capaz de resgatar memórias que ficam perdidas na nossa mente.

Sabe quando se quer lembrar de uma palavra específica, ou o nome de alguém, e simplesmente não consegue?

Num artigo publicado na revista Current Biology, investigadores descobriram que um medicamento para doença pulmonar, chamado roflumilast, pode resgatar memórias “perdidas”. Inicialmente, os testes foram realizados com roedores.

O estudo sugere que memórias esquecidas podem ser recuperadas dias depois através da ativação de determinadas células cerebrais. Para testar isso, os cientistas colocaram ratos numa gaiola com vários objetos e dias depois mudaram a posição de alguns desses objetos.

Os investigadores notaram que os roedores foram incapazes de detetar a mudança, a menos que certos neurónios do hipocampo fossem ativados. Ou seja: os animais envolvidos podiam lembrar-se da localização original dos objetos se os neurónios do hipocampo que codificam essa informação recebessem um impulso.

A conclusão dos autores do estudo é que a informação foi, de facto, armazenada no cérebro, mas apenas difícil de recuperar. Logo, as memórias consideradas “perdidas” ainda podem ser recuperadas artificialmente.

É claro que, por enquanto, isto diz respeito apenas a roedores. Ainda não está claro se o mesmo se aplica aos humanos, e ainda há muita jornada pela frente até que a ciência tenha uma resposta exata.

Mas porque é que, exatamente, um medicamento tão específico quanto o roflumilast pôde desencadear isso? Os investigadores explicam que, entre os vários efeitos do produto farmacêutico, está o aumento dos níveis de uma molécula de sinalização celular que diminui quando a memória é prejudicada devido à perda de sono.

“Quando demos roflumilast a ratos que foram treinados durante a privação de sono pouco antes do segundo teste, eles lembraram-se, exatamente como aconteceu com a estimulação direta dos neurónios”, afirmam os cientistas.

Com isto, o objetivo a longo prazo deste tipo de estudo é entender como é que a informação é adquirida, armazenada e recuperada em humanos, para que então se possa encontrar uma maneira de ajudar as pessoas a resgatar memórias perdidas.

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