Muitos meios de comunicação social falham o suficiente para separar a realidade da ficção e frequentemente ajudam a que rumores se tornem virais na Internet, revela hoje um estudo realizado nos Estados Unidos.
A investigação, conduzida pela Universidade de Columbia, cita como exemplos os rumores espalhados nas redes sociais Facebook e Twitter de que um doente com Ébola tinha sido identificado no Reino Unido e de que a infeção tinha sido detetada em Richmond, no estado norte-americano da Virgínia.
O estudo adverte que as práticas de alguns portais podem acelerar a disseminação de notícias falsas e conclui que muitas páginas de notícias na Internet “aplicam pouca ou nenhuma verificação básica” ao que divulgam.
Em contrapartida, preferem confiar noutros media, que, por sua vez, citam frequentemente, e apenas, rumores veiculados por outros meios de comunicação.
Para o principal autor do estudo, Craig Silverman, as notícias falsas são mais “sexy” ou mais interessantes do que as reais e, por isso, tornam-se virais.
O investigador, especialista em jornalismo digital, assinala que a chamada imprensa de qualidade vai atrás dos tabloides e dos jornais ‘online’, permitindo que os rumores ganhem relevância.
Segundo um outro perito, Nikki Usher, docente na Universidade George Washington, a verdade acaba por emergir, com o passar do tempo, mas “as correções não tendem a ser virais ou a ser divulgadas amplamente” e “nem sempre chegam às mesmas pessoas”.
Para Bill Adair, professor de jornalismo na Universidade Duke, na Carolina do Norte, “é particularmente perturbador quando jornalistas divulgam coisas sem saberem se são verdadeiras ou não”.
Para o docente, os meios de comunicação social têm sempre a obrigação de confirmar a informação que publicam.
/Lusa