Max Parrot, o campeão olímpico que escolheria ter cancro novamente

Em Dezembro de 2018 soube que tinha linfoma de Hodgkin. Em Fevereiro de 2022 conquista a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, pela primeira vez.

Max Parrot foi campeão olímpico em Pequim, nos Jogos Olímpicos de Inverno 2022. O canadiano foi o melhor na final de snowboard slopestyle, realizada nesta madrugada.

Parrot foi o único a superar os 90 pontos. À segunda tentativa chegou aos 90,96 pontos, depois de 79.86 pontos na primeira ronda e reunindo 36.56 pontos na última.

Su Yiming ficou com a medalha de prata, com 88,70 pontos. O chinês, de apenas 17 anos, também conseguiu a sua melhor prestação na segunda ronda.

O bronze segue – tal como em 2014 e em 2018 – para Mark McMorris, também do Canadá. Somou 88.53 na última ronda, ultrapassando no último “suspiro” Red Gerard, dos EUA, que foi campeão olímpico há quatro anos mas que, desta vez, ficou no quarto lugar.

Esta foi a terceira presença de Max Parrot no snowboard nos Jogos Olímpicos. Em 2014 saiu de Sochi sem qualquer medalha, em 2018 veio de Pyeongchang com uma medalha de prata e agora atinge o topo olímpico pela primeira vez.

Mas o topo da sua vida já foi outro. O snowboarder já tinha passado aqui pelo ZAP, quando recordou que lhe foi diagnosticado linfoma de Hodgkin, em Dezembro de 2018.

Passou por sessões de quimioterapia ao longo de meio ano, em 2019. Poucas semanas depois do fim do tratamento, apareceu nos X Games e venceu a prova, na Noruega.

Sempre se sentiu motivado para voltar à neve, à competição. E até agradece o que lhe aconteceu: “Se eu pudesse recuar dois anos, não escolheria não ter cancro e viver uma vida normal. De certa forma, agradeço o que aconteceu porque sou uma pessoa totalmente diferente e amo mesmo a pessoa em que me estou a tornar e a pessoa que serei. E, no fim de contas, estou grato por tudo que me aconteceu”.

O atleta passou a ter uma perspectiva diferente sobre a vida. Mas não alterou a sua sede de vitória: “Definitivamente não queria ganhar outra prata ou o bronze. Queria o ouro. Já vinha a dizer isso ao longo dos últimos meses”, recordou o campeão, depois da final.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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