Os principais rios da Europa estão cheios de máscaras cirúrgicas e luvas médicas descartadas por pessoas que utilizaram estes equipamentos para se protegem contra o novo coronavírus, denunciaram cientistas.
Segundo noticiou na segunda-feira a agência AFP, os investigadores indicaram que muito dessa material têm sido encontrado nos rios enquanto outros já terão ido parar ao mar.
No domingo, a organização Tara Ocean Foundation disse à rádio France Inter que o lixo nos rios é preocupante visto que aumenta a poluição de plástico que entope as principais vias navegáveis da Europa.
Romy Hentinger, chefe de cooperação internacional da fundação, indicou que, durante o mês de junho, com a pandemia a atingir o continente europeu, os cientistas “encontraram sistematicamente luvas e máscaras” ao longo das margens e praias dos rios.
“Isto é preocupante”, disse. “Só podemos supor que outras [máscaras e luvas] já chegaram ao oceano.” O equipamento de proteção descartável é fabricado em polipropileno e assim desintegra-se rapidamente no oceano, tornando quase impossível a recuperação, acrescentou o responsável.
Este alerta surge na sequência de um trabalho empreendido pela Tara Ocean Foundation, que mediu recentemente as concentrações de microplásticos em nove grandes rios – Elba, Reno, Sena, Rhone, Garonne, Loire, Tibre, Tamisa e Ebro, entre maio e novembro de 2019.
A organização encontrou microplásticos em 100% das amostras de água recolhidas, mostrando que as partículas já se tinham decomposto antes de serem transportadas para o mar. “Estamos a aguardar os resultados finais dos nossos cientistas”, disse Hentinger.
Pedaços de plástico na água do oceano não são desfeitos pelos raios UV e pelo sal, fazendo com que estes detritos permaneçam nos ecossistemas durante períodos indetermináveis. Cerca de oito milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos a cada ano.
Coronavírus / Covid-19
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