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Saiu com máscara por causa do fumo? Não resulta, provavelmente

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As habituais máscaras cirúrgicas, ou de pano, não trazem qualquer benefício neste contexto, avisam pneumologistas.

Nesta semana crítica de incêndios em Portugal, provavelmente já se cruzou com alguém de máscara, na rua. Ou provavelmente o leitor já pegou numa antes de sair de casa.

Parece que estamos de volta aos primeiros tempos da COVID-19. Quer a nível visual, quer na lista de apelos ou conselhos.

Há poucos dias, ainda antes do início desta vaga de incêndios em Portugal, do Brasil chegavam dicas úteis de especialistas.

O UOL falou com médicos, sobretudo pneumologistas, que recomendam as máscaras PFF2 ou N95 para protecção eficaz contra o fumo.

São máscaras que filtram até 95% das partículas, evitam a entrada da partículas de poluentes e de gases tóxicos; mas precisam de estar bem ajustadas ao rosto para serem realmente eficazes. A PFF2 até pode ser reutilizada.

As habituais máscaras cirúrgicas (aquelas azuis) ou as de pano não nos protegem neste contexto, avisaram os especialistas contactados.

“Ao contrário do que acontece com a COVID, em que as máscaras de pano ou a cirúrgica barram as gotículas, diminuindo (ainda que pouco) a transmissão, aqui, as partículas de poluentes e os gases tóxicos passam completamente por essas máscaras“, avisa o pneumologista Frederico Fernandes.

Já na manhã desta quarta-feira, o pediatra Manuel Magalhães apelou ao uso da máscara para quem andar na rua.

No Instagram, aconselhou a compra de máscaras N95, KN95, FFP2 ou FFP3 em farmácias, parafarmácias ou hipermercados.

Manuel Magalhães reforça que o mais importante para reduzir as partículas de fumo é um bom ajuste ao rosto: o ar inalado deve passar através do material da máscara e não à sua volta.

O médico reforça que uma máscara cirúrgica descartável ou um pano de três camadas protege um pouco das partículas finas (PM2.5), mas são menos eficazes do que as máscaras já mencionadas.

Já as máscaras simples de tecido de uma camada, bandanas, polainas, lenços ou t-shirts não oferecem mesmo qualquer protecção. Mesmo que estejam húmidas.

O médico Filipe Benito Garcia salientou que idosos, crianças, grávidas ou com algumas doenças crónicas têm que estar particularmente protegidas do fumo, que podem causar infecções, como pneumonia.

Os pulmões podem ser afectados, provocando danos irreversíveis, ou mesmo matando pessoas em casos extremos.

Na RTP, o médico aconselhou as pessoas a ficar em casa, quer durante o incêndio, quer durante o rescaldo do incêndio, porque as partículas em suspensão continuam no ar. Se estiverem na rua: máscaras adequadas.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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3 Comments

  1. Só funcionam se for também colocada a viseira, calçar umas luvas de látex, e ficar em casa… quanto às máscaras cirúrgicas ou de uso sanitário as mesmas são ineficazes contras as contaminações, elas servem somente para proteger os doentes/pacientes das gotículas de suor ou de saliva que eventualmente possam cair ou ser expelidas pelos profissionais de saúde.

  2. Mesmo, mas a malta não faz perguntas inconvenientes.
    Isto é ridículo que dói. Não há ninguém a fazer essa observação tão óbvia perantes essas nulidades de médicos?

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