Martim Moniz: manifestação é para “wokistas de esquerda”? PS dividido

@manjos / X

Manifestação “Não nos encostem à parede” vai ter lugar este sábado, mas o autarca do PS de Santa Maria Maior não está contente. Mas a cisão interna tende mais para um lado: a maioria dos históricos do partido marcam presença.

Pelas 15 horas de sábado, dia 11 de janeiro, terá lugar na Avenida Almirante Reis uma manifestação intitulada de “Não nos encostem à parede”.

Será um protesto contra o episódio que ocorreu a 19 de dezembro na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, que encostou à parede dezenas de pessoas.

Da operação levada a cabo pela PSP, resultaram duas detenções, a apreensão de 3 435 euros em numerário, um passaporte, documentos por suspeita a auxílio a imigração ilegal, haxixe, uma faca e um telemóvel furtado.

Um grupo de aproximadamente 700 cidadãos, onde constam membros do PS, Bloco de Esquerda e Livre, apresentaram uma queixa à provedoria de Justiça, pelas condições em que a operação foi realizada, encostando as pessoas à parede

A porta-voz da associação Solidariedade Imigrante, Anabela Rodrigues, disse à agência Lusa que os protestos surgem “contra a ideia de utilizar os poderes do próprio Estado para reforçar a insegurança e cavalgar sobre os imigrantes a culpa de tudo o que acontece no país”.

Agora, figuras de relevo dentro do PS apelam aos cidadãos para que adiram ao evento. O Expresso nomeia figuras como (ex-presidente do Parlamento) ou José Vera Jardim (ex-ministro da Justiça). O ex-líder da JS, Miguel Costa Matos, o ex-ministro das Finanças e ex-presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina, assim como outros antigos ministros socialistas (como Jorge Lacão, Luís Castro Mendes e Tiago Brandão Rodrigues), também defendem a manifestação.

Do outro lado da barricada está o próprio presidente da junta freguesia de Santa Maria Maior, onde ocorreu o incidente, Miguel Coelho. O autarca escreveu no Facebook um texto de oposição ao evento.

“A manifestação pode até ter como promotores pessoas que estimo e convictas da sua importância, porém está também apadrinhada por muitos radicais populistas, ‘wokistas de esquerda’, que, instrumentalizando a comunidade dos imigrantes visados na operação policial, para quem até aqui pouco têm manifestado preocupação ou solidariedade social, procurarão transformar a manifestação num ataque à polícia”, afirmou.

Aproveitou ainda para deixar críticas ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, do PSD, que “tem muitas responsabilidades sobre isto” já que “fala, fala, fala …. mas não faz nada”.

“ZAP” //

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