Marte está a destruir a sua maior lua

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jihemD / Wikimedia

Marte e Fobos

Força de maré: novo estudo sugere que a gravidade do “planeta vermelho” está a destruir Fobos, o seu maior satélite.

Imagine a Terra a destruir a Lua.

Agora imagine Marte a destruir a sua maior lua.

É o que está mesmo a acontecer, de acordo com um estudo divulgado no The Planetary Science Journal.

Têm-se visto uns sulcos paralelos, invulgares, na superfície de Fobos, a maior lua de Marte.

Os sulcos eram vistos como consequências de um impacto de asteroide, há milhares ou milhões de anos.

Mas afinal são quase desfiladeiros cheios de poeira que têm vindo a ficar cada vez maiores, à medida que a lua se estende por forças gravitacionais.

Esta análise sugere que esses sulcos são sinais de uma destruição que a gravidade Marte está a causar no seu principal satélite. Destruição lenta, mas está a acontecer.

O portal Space.com explica que esse satélite está a ser dilacerado pelas forças gravitacionais extremas exercidas por Marte.

Com diâmetro máximo de 27 quilómetros, Fobos faz três translações completas por dia, à volta de Marte, a uma distância de 6 mil quilómetros.

Mas como o seu movimento de translação não é constante, não tem uma órbita estável, e devido à gravidade do quarto planeta do Sistema Solar, está a “cair” lentamente (1,8 metros em cada 100 anos) em direcção a Marte. Está presa numa espécie de “espiral da morte”.

O estudo lembra que, à medida que Fobos (corpo menor) se aproxima de Marte (corpo maior), Fobos estica-se cada vez mais numa linha em direcção a Marte. É a força de maré. Um dos lados do corpo tem uma maior aceleração do que o seu centro de massa; o outro lado do corpo tem uma menor aceleração.

Se nada se alterar, daqui a 40 milhões de anos a força de maré será maior do que a gravidade de Fobos (que a mantém). E aí, ou até antes, Fobos será completamente destruída.

Consequência provável: os detritos de Fobos vão criar um pequeno anel ao redor de Marte, tal como os anéis de Saturno.

A tensão das marés pode criar “fissuras paralelas com espaçamento regular”, lê-se no estudo, o que pode antecipar – lentamente, sim – a destruição do satélite.

ZAP //

2 Comments

  1. É de salientar que chamam múltiplas vezes “Forbos” à lua, por alguma razão. Também se enganam ao chamarem ao movimento de translação “rotação”, o que é algo grave, visto que é algo ensinado no ensino básico. Tenham mais cuidado, por favor.

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