“Está mais do que provado que, como ministro, Costa Silva foi um erro de casting”, disse Luís Marques Mendes, após a recente polémica com a descida do IRC.
No seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias, Luís Marques Mendes analisou a recente polémica do Governo relativamente à descida do IRC, lançando farpas a António Costa Silva.
“Nos últimos tempos, temos uma polémica por semana. Tudo isto é estranho e absurdo”, considera o comentador político. “Quanto a António Costa e Silva, está mais do que provado é um erro de casting, como ministro. Não é a primeira vez que vem dizer a público coisas que não estão articuladas com o Governo”.
O ex-ministro disse ainda que “é estranho que Siza Vieira venha a público contrariar o seu sucessor”, embora tenha “todo o direito de o fazer”. Isto só vem provar, na sua ótica, que “Siza Vieira saiu do Governo contra a sua vontade e está ressentido”.
“É absurdo que uma secretária de Estado discorde publicamente do seu Ministro e ainda continue no Governo”, acrescentou Marques Mendes, apelidando de “completa ficção” a coordenação do Governo, por dialogarem na praça pública em vez de o fazerem internamente.
“Já começo a ter as mesmas dúvidas que Jerónimo de Sousa, em entrevista ao Público/RR: como é que o governo vai aguentar quatro anos?”, perguntou.
Relativamente à subida galopante da inflação, Luís Marques Mendes sublinha que “não há sinais de abrandamento” do aumento do custo de vida.
O cabaz essencial alimentar teve um aumento de preço de 13% desde o início da guerra — bem acima da inflação média. A prestação da casa, no crédito à habitação, também está a aumentar muito. Uma prestação inicial de 383 euros pode chegar a 625 euros em junho do próximo ano.
Quanto ao cheque de 125 euros por pessoa, com rendimentos até 2700 euros, o seu pagamento será feito no dia 20 de outubro e prolongar-se-á por vários dias, afiança o social-democrata.
“Isto é um dado que até hoje não se sabia, mas ao que eu apurei, e é certo e seguro, vai começar a ser pago pelos serviços das finanças a partir do dia 20 de outubro”, disse Marques Mendes.
“Discurso de Putin é uma exibição de fraqueza”
Em linha com a opinião de outros peritos, Luís Marques Mendes considera que o discurso de Vladimir Putin à nação foi uma “exibição de fraqueza”, uma vez que “reconhece que está a perder” ao mobilizar tropas das reservas.
“Se fala a seguir à contraofensiva ucraniana em Kharkiv é porque reconhece o peso dessa derrota. Finalmente, pelo medo. Só usa o medo como arma quem já perdeu todos os outros argumentos”, disse o comentador.
Embora não tenha sido a primeira vez que tenha sido feita a ameaça de armas nucleares, Marques Mendes realça que “convém não desvalorizar”, já que “não é impossível de acontecer”. Neste momento, entende o ex-ministro, a evolução da situação pode depende da China, que não ficou contente com a ameaça de Putin e “não vai tolerar que a Rússia use armas nucleares”.
“Se o Ocidente continuar unido, a Ucrânia não perde a guerra. É mais perigoso um governo de extrema-direita em Itália, a fazer o jogo de Putin e a minar a UE, que 300 mil reservistas a combaterem pela Rússia”, atirou.
A sondagem do Expresso diz que 32% dos portugueses acham que seria melhor ceder a Putin para evitar males maiores. “Mas ceder seria um desastre, no plano dos valores, da inteligência e da paz”, avisa Marques Mendes.