Mariana Leitão foi campeã nacional de bridge e chegou a defender um árbitro. Hoje defende os liberais nas discussões do Orçamento.
Em semana de discussões na especialidade à volta das (muitas) propostas do Orçamento do Estado, há outro espaço mediático para a Assembleia da República.
Os deputados ganham outro protagonismo, até porque estão a tomar decisões que vão mexer com o futuro de milhões de portugueses.
É natural que os líderes parlamentares ganhem destaque em alguns momentos. Ainda nesta quinta-feira de manhã, houve confronto directo entre Hugo Soares e Alexandra Leitão, respectivamente líderes dos grupos parlamentares de PSD e PS.
Mas num mandato onde o apelido Leitão se destaca na primeira fila do hemiciclo em São Bento, ali ao lado tem estado Mariana Leitão.
A líder parlamentar da Iniciativa Liberal é conhecida pela sua garra, pela sua entrega. Pelo seu volume, também.
“Não é mau feito. É inconformismo”, justificou-se a deputada, numa entrevista à revista Sábado.
O volume, a postura e sobretudo a linguagem no Parlamento são um contraste em relação a outra faceta importante da sua vida: o bridge. O silencioso e estratégico (e complexo) bridge.
Sim, o jogo de cartas:
Campeã
“É um duelo mental que implica concentração durante longas horas e cada mão jogada é como decifrar um enigma, onde a sorte não é fator, mas sim o engenho e a cumplicidade da parceria”, resumiu Mariana.
“O jogo implica uma comunicação silenciosa através de um código, que exige muito estudo, anos de prática e, à mesa de jogo, uma confiança absoluta no parceiro”, continua.
Mariana Leitão não foi uma “jogadora qualquer”. Foi campeã nacional de bridge em 2019, em equipas mistas. E foi internacional: jogou por Portugal num Mundial e em dois Europeus, todos em anos recentes, entre 2018 e 2022.
Conseguiu outros resultados internos assinaláveis. Em 2015 subiu ao pódio: 3.º lugar no campeonato nacional de pares mistos, ao lado de António Palma; eram 37 duplas participantes.
Agora defende os liberais mas, ainda no bridge, chegou a defender um…árbitro.
Francisco Gonçalves foi acusado de ameaçar não deixar uma dupla jogar, na Taça de Portugal, porque os jogadores estavam muito atrasados. E terá ainda gritado depois do jogo, com ameaças, chamando “mentiroso” a um jogador.
Mariana Leitão não estava nesse jogo mas foi chamada a depor no processo disciplinar, como testemunha. Disse que o árbitro “não é mal-educado” e nunca viu comportamentos incorrectos seus. Terá sido um caso de interpretação. “É um bom árbitro”, assegurou.
O árbitro Francisco Gonçalves foi alvo de uma repreensão escrita, anuncia o acórdão da Federação Portuguesa de Bridge.