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Câmara do Porto quer tornar “invisível” Marcha do Orgulho LGBTI+

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Organização quer que o evento decorra na Cordoaria, autarquia diz que o Parque do Covelo tem todas as condições.

A Câmara do Porto garantiu hoje apoio à Marcha do Orgulho LGBTI+ da cidade, com a disponibilização do Parque Municipal do Covelo e apoio material, mas a comissão organizadora diz que autarquia quer remeter evento à “invisibilidade”.

A Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto (MOP) lançou hoje uma petição online a reivindicar que a 18.ª MOP aconteça no espaço Largo Amor de Perdição, no centro do Porto, e não seja remetida à “invisibilidade” pelo município portuense, no Parque Municipal do Covelo.

Em resposta, por escrito, à agência Lusa, a Câmara do Porto vem dizer que apoia o evento, através da empresa municipal Ágora e que tem vindo manter o contacto com a organização desde março.

“Além da disponibilização de um espaço municipal com as condições adequadas à realização do evento, disponibiliza um conjunto de material e apoio logístico, bem como assegura a realização das diligências necessárias à obtenção dos respetivos licenciamentos municipais”, lê-se numa resposta por escrito à Lusa.

Segundo a Câmara do Porto, a solução apresentada passa pela realização da iniciativa no Parque Municipal do Covelo, espaço verde da cidade próximo do Marquês, que “reúne todas as condições necessárias para a concretização do evento, quer ao nível da dimensão, quer ao nível da logística”.

Se, ainda assim, a organização entender não ser este o local indicado para a Marcha do Orgulho LGBTI+, o Município do Porto lamenta a posição“, acrescentou a autarquia, reiterando a resposta da Ágora, de que nesse fim de semana a agenda de eventos da cidade “não permite a concretização do evento no local que a organização pretendia”.

A Comissão organizadora da marcha afirma que a Quinta do Covelo “não reúne as condições” para albergar o evento por apresentar “limitações ao acesso para pessoas com mobilidade reduzida” e porque a manifestação acontece no centro da cidade e tem de terminar no arraial, que será palco de leitura de manifestos e de outras intervenções associativas.

A comissão da MOP lançou hoje uma petição online intitulada “Contra a invisibilidade, queremos festa no centro da cidade”.

A Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto é uma manifestação de comemoração e luta pela igualdade da comunidade LGBT, realizada no Porto desde 2006, e este ano está agendada para decorrer entre 07 e 09 de julho, com a promessa de que vão marchar, gritar e dançar para lembrar “a todas as pessoas que o amor é um direito universal”, lê-se na página de rede social Facebook da Marcha.

Detidos na Turquia

Mais de 40 ativistas dos direitos LGTBI foram hoje detidos em Istambul numa parada do Orgulho, realizada apesar de proibições e forte presença da polícia na cidade turca, segundo os organizadores.

As autoridades de Istambul e de várias outras províncias turcas proibiram todos os eventos LGTBI planeados para a Semana do Orgulho, incluindo as marchas.

Os acessos aos locais tradicionais dos desfiles dos grupos LGTBI em Istambul, como a rua Istiklal e a praça Taksim, foram encerrados pela polícia e as paragens de metro próximas foram fechadas.

Os grupos LGTBI anunciaram que se reuniriam às 15:00 horas locais, mas só revelaram o local no último minuto.

Por fim, reuniram-se num parque no bairro de Nisantasi, onde desfraldaram uma bandeira gigante do arco-íris.

Os ativistas presentes no parque entoaram palavras de ordem como “Vão-se habituar a nós!”, “Foge, Tayyip (Erdogan, presidente turco), foge. Os homossexuais vêm aí!”.

A polícia chegou ao local e declarou a manifestação ilegal.

Os organizadores afirmam que mais de 40 pessoas foram detidas.

A Parada do Orgulho foi proibida pelo Governo de Istambul nos últimos quatro anos, coincidindo com um endurecimento do discurso contra a minoria LGTBI por parte do Governo islamista de Recep Tayyip Erdogan.

// Lusa

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4 Comments

  1. A “Marcha do Orgulho LGBTI+” não se pode realizar porque é proibida pela Constituição da República Portuguesa (CRP) através do Artigo 13º: «…2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual…».
    O Executivo do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto», tem de explicar qual é o seu compromisso e interesse em promover um “evento” de carácter homossexualista e sexual no Parque Municipal do Covelo, um espaço frequentado por crianças e respectivas famílias.
    Convém salientar que os Portuenses não autorizam este “evento”, o Executivo do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» não tem legitimidade para exercer o cargo porque perdeu as Eleições Autárquicas para a Abstenção que venceu esse acto Eleitoral, e é preciso identificar os elementos que vão fazer parte da tal “marcha” para saber se realmente são Portuenses ou se são parolos e Estrangeiros.

  2. Uma marcha LGBTq só será invisível se os seus organizadores e participantes forem muito ineptos e/ou discretos, porque estes eventos costumam ser muito visíveis! Mas também não percebo porque a Câmara Municipal (do Porto ou de qualquer outro lugar) terá obrigação de promover este tipo de eventos. Se alguém quiser uma marcha de heterossexuais machistas, a que pretexto a Câmara Municipal vai negar autorização ou apoio?

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