Se o Orçamento for rejeitado, “há crise política e económica”. Primeiro-ministro diz que duodécimos não são solução.
O Presidente da República afirmou nesta segunda-feira que “se não houver orçamento” do Estado para 2025 “há crise política e económica”, embora escusando-se a dizer se convocará eleições antecipadas nesse cenário.
Em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões depois de se vacinar num centro de saúde em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “já todos perceberam” que o seu objetivo político é que haja Orçamento do Estado, por considerar que qualquer solução política que não passe por essa viabilização “é má” para o país.
“Hoje é um dia bom porque já está marcada a reunião entre o primeiro-ministro e o líder da oposição. Espero que seja um de vários passos no que considero ser o melhor caminho para Portugal, não é para o partido A, para o partido B, não é para o líder A ou líder B, é bom para Portugal porque dispensa crises”, disse.
Questionado se caso não haja Orçamento aprovado haverá eleições antecipadas, respondeu: “Se não houver orçamento há crise política e económica”, disse.
Perante a insistência dos jornalistas se se pode concluir que haverá eleições, o chefe de Estado disse: “Não concluímos nada, a única conclusão é que vale a pena que o Orçamento passe. Eu continuo fisgado – como diz o povo – nessa”, disse.
Sem duodécimos
No mesmo contexto, o primeiro-ministro afastou a possibilidade de governar em regime de duodécimos caso o Orçamento do Estado para 2025 seja “chumbado” pela Assembleia da República.
“Exprimo em jeito de conclusão um pensamento que creio que sua excelência o Presidente da Republica tem deixado de forma muito clara: estamos, relativamente ao Orçamento, confiantes na sua aprovação porque estamos conscientes que os duodécimos não são solução“, afirmou.
Luís Montenegro falava na intervenção inicial do Conselho Nacional do PSD, convocado para formalizar o adiamento do 42.º Congresso do partido, adiado devido aos graves incêndios da semana passada.
O primeiro-ministro secundou a mensagem do Presidente, e recusando estar a fazer qualquer “chantagem ou pressão política”, deixou um aviso.
“Todos tenham a noção de que tivemos duas eleições legislativas seguidas e que, a haver umas terceiras, seriam as terceiras em três anos”, disse.
Por isso, considerou, “é imprescindível e imperioso que, nos próximos dias e nas próximas semanas, todos tenham sentido de responsabilidade, todos tenham sentido de Estado, todos tenham a capacidade de colocar o interesse coletivo à frente de qualquer outro interesse mais individualizado”.
Montenegro lembrou o contexto de guerra e incerteza europeia e mundial, o prazo limite de 2026 para executar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência e até a necessidade de assegurar “uma recuperação rápida” para os que sofreram perdas nos recentes incêndios.
“É este o contexto da vida social, económica e política de Portugal. E é neste contexto todos têm de mostrar o sentido de interesse coletivo que está na base da sua intervenção política. Isto não é nem chantagem política, nem pressão política. Isto é apenas uma exigência democrática”, defendeu.
O primeiro-ministro argumentou que o PSD e o Governo não querem “decidir por ninguém ou sequer interferir na decisão concreta que os outros partidos vão tomar”.
“Se o interesse nacional, no juízo destes partidos, for de rejeição do Orçamento, têm de assumir a responsabilidade de rejeitar o Orçamento. Se o interesse nacional, na visão de outros partidos, é que devemos ter um Orçamento de Estado em vigor em 2025, devem naturalmente ter as iniciativas e diligências que possam contribuir para ter esse desfecho”, afirmou.
Da parte do Governo e do PSD, acrescentou, “a porta está aberta”.
“Não vamos falar com impulsividade, com estados de alma, repito, vamos ter muita paciência, toda aquela que as portuguesas e os portugueses merecem, para que possamos privilegiar o interesse nacional face a qualquer outro interesse, mesmo que seja o nosso interesse partidário. Parece-me absolutamente incontornável que a interpretação do interesse nacional, do interesse coletivo, deve mesmo conduzir à aprovação de um Orçamento do Estado para 2025”, defendeu.
Ainda assim, advertiu, o Governo e o PSD têm um limite nas negociações do documento: o cumprimento “dos compromissos assumidos na campanha eleitoral com os eleitores” e o compromisso com a Assembleia da República e com os partidos nela representados “que não rejeitaram o programa” do executivo.
Na sua intervenção, muito mais curta que o habitual (apenas vinte minutos), e que foi antecedida por um minuto de silêncio pelas vítimas dos incêndios, Montenegro não se dirigiu a nenhum partido em específico, mas deixou recados para os adversários políticos, depois de horas marcadas por trocas de comunicados com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
“Vemos na discussão pública muitos dirigentes, muitos responsáveis políticos, estarem permanentemente a alimentar pequenas questões, pequeníssimas questões, que interessam pouco ou nada às pessoas, pequena intriga. Enfim, posições às vezes tão incompreensíveis quanto infantis e imaturas”, disse.
Em contraponto, defendeu Montenegro, desde abril que o Executivo “esteve a governar, continua a governar” e mantém-se “onde sempre esteve”, quanto à disponibilidade e metodologia quanto ao próximo Orçamento.
ZAP // Lusa
A crise política e económica já existe e foi provocada pelo Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, e a Sr.ª Procuradora-Geral, Lucília Gago, e trazem consigo graves consequências para Portugal e os Portugueses.
Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, os Portugueses não estão preocupados se o Orçamente de Estado (OE) para 2025 é aprovado ou não porque o mesmo não serve o Interesse Nacional nem o Povo Português; aquilo que realmente os Portugueses querem é que o Sr.º Presidente da República se demita.