A escultura em forma do tradicional “manguito” do Zé Povinho que esteve no passeio em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, em forma de protesto contra o Governo, foi acolhida no interior do jardim do edifício “com autorização da Presidência da República”.
O “manguito” foi colocado ao início da manhã desta segunda-feira em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, tendo sido transportado, a meio da tarde, para o interior da propriedade que é a residência oficial do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.
A escultura do artista Carlos Oliveira tinha sido colocada no edifício como uma forma de protesto e como “manifesto de descontentamento e indignação pelo desgoverno que estamos a viver”, segundo revelou o escultor à agência Lusa.
No perfil do Instagram criado para dar eco a esta iniciativa de protesto fala-se de um “convite da Presidência da República” para “expôr o Manguito nos jardins do Palácio Nacional de Belém”.
“Após algumas indecisões por parte da Câmara Municipal de Lisboa relativamente a retirar a peça, um representante da Presidência da República convidou os artistas a exporem o Manguito no Jardim dos Teixos do Palácio Nacional de Belém“, explica-se ainda naquela rede social.
Os autores da iniciativa referem que se trata de um “acto de manifestação e arte, de sensibilização e revolta com a incerteza generalizada da população”.
“A peça estava connosco há quase 10 anos e, neste contexto social e cultural, sentimos ser este o momento de intervenção”, explicam ainda, realçando o “descontentamento popular em relação à desgovernação, à hipocrisia e à corrupção”.
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O escultor da obra explicou à Lusa que se inspirou na figura do Zé Povinho do artista Rafael Bordallo Pinheiro, para conceber o seu “Manguito”.
A peça foi esculpida em alabastro e resina de poliéster reforçada a fibra de vidro e mede cerca de dois metros de altura, pesando a volta de 70 quilos.
O “Manguito” está, neste momento, exposto nos jardins do Palácio de Belém, “precisamente no local onde há uns anos foi colocada a cadeira de Mário Soares“, revelou à Lusa Carlos Oliveira.
O escultor referia-se à peça concebida por Leonel Moura representando Mário Soares sentado numa cadeira. Esta obra foi acolhida, de forma temporária, por Marcelo Rebelo de Sousa no Jardim dos Teixos, em Novembro de 2021.
ZAP // Lusa
