Desde a popularização dos serviços de streaming como o Netflix, que “fazer maratonas” de séries – ou seja, assistir a vários episódios seguidos de uma série de uma só vez – tornou-se algo bastante comum. No entanto, a prática pode deixar as pessoas cada vez mais alerta, prejudicando a qualidade do sono.
De acordo com um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Sleep Medicine, a prática de fazer “maratonas de séries” pode deixar as pessoas cada vez mais alerta, prejudicando a qualidade do sono.
Para investigar os hábitos de entretenimento dos jovens e as suas relações com o sono, investigadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, entrevistaram 423 pessoas entre os 18 e 25 anos, durante um mês, sobre o uso de dispositivos móveis, televisão e computador.
A maioria dos estudantes, cerca de 80%, assumiu que já fez maratonas de séries, e 40% disseram tê-lo feito recentemente, durante o próprio período lectivo – entre os quais, 28% mais de uma vez e 7% quase todos os dias.
Quanto à frequência e duração dessas maratonas, os homens disseram fazê-lo menos vezes do que as mulheres, mas viram quase o dobro de episódios por sessão.
Já sobre a qualidade do sono, os participantes dormiam, em média, 7h37m por noite – mas mesmo assim, os que costumam fazer maratonas com mais frequência mostraram maior cansaço e pior qualidade do sono comparados com os que não fazem maratonas.
A razão para isso, segundo os investigadores, é o estado de alerta causado pelos episódios, que se mantém mesmo após o fim da sessão e que afecta o sono.
“O enredo destas séries tende a prender os espectadores, que se envolvem intensamente com o conteúdo e continuam normalmente a pensar na série quando vão dormir”, explica Liese Exelmans, principal autora do estudo, ao Science Daily.
Muitas vezes essa vontade de continuar a ver a série é intencional. Segundo os cientistas, as pessoas ficam tão absorvidas no enredo que não percebem que o “só mais um episódio” é repetido diversas vezes.
“Isso atrasa o sono ou, por outras palavras, requer um período mais longo para “arefecer a mente” antes de ir dormir, afectando o sono em geral”, explicou Liese. “As pessoas podem não querer ver muitos episódios, mas acabam por fazê-lo de qualquer forma.”
// Ciberia / Science Daily