Antes de ser detido, Manuel Pinho livrou-se de parte do património em Portugal

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José Sena Goulão / Lusa

O antigo Ministro da Economia Manuel Pinho

Ainda antes de ser detido em Espanha por suspeitas de corrupção, o ex-ministro Manuel Pinho desfez-se de parte do seu património em Portugal.

O antigo ministro da Economia Manuel Pinho foi detido, nesta terça-feira de manhã, depois de comparecer no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa, para interrogatório.

Antes de ser detido por suspeitas de corrupção no âmbito do inquérito ao caso EDP, Manuel Pinho desfez-se de parte do património que tinha em Portugal, avança o Público.

O ex-ministro da Economia e da Inovação do primeiro governo de José Sócrates vendeu diversos imóveis e cancelou as contas bancárias que tinha em Portugal.

Pinho deslocou-se voluntariamente ao DCIAP para ser ouvido pelos procuradores, onde foi revistado, não tendo consigo qualquer documento de identificação, outros documentos, dinheiro ou cartões bancários.

Foi também emitido um mandado de detenção em nome da mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho. A mesma também se apresentou voluntariamente, prestando declarações ao juiz Carlos Alexandre, enquanto o seu marido preferiu permanecer em silêncio.

Alexandra Pinho já estaria preparada para o interrogatório, já que leu declarações escritas em vários momentos para explicar a sua versão dos factos.

A esposa do ex-ministro, escreve o Público, “negou categoricamente que o salário de cerca de sete mil euros que recebeu como curadora da coleção de fotografia BES Art fosse uma contrapartida para que o marido favorecesse o Grupo Espírito Santo”.

Alexandra Pinho disse que o casamento com Manuel Pinho foi feito com separação de bens, sublinhando que pouco sabia dos assuntos do marido.

Quanto aos pagamentos mensais de quase 15 mil euros mensais vindos do “saco azul” do GES, Alexandra Pinho explicou que era apenas beneficiária final, com os filhos do marido, em caso de este morrer.

Alexandra Pinho e Manuel Pinho detinham uma offshore, no Panamá, a Tartaruga Foudation, criada quatro dias antes de tomar posse como ministro. O dinheiro seria depositado nesta conta para acautelar os interesses de Ricardo Salgado. Até junho de 2012, Pinho terá recebido mais de 500 mil euros.

Manuel Pinho passou a noite desta terça-feira numa cela, enquanto a mulher saiu em liberdade. As medidas de coação aplicadas pelo Ministério Público deverão ser conhecidas esta quarta-feira.

O antigo ministro do governo de Sócrates é suspeito de três crimes de corrupção, um de participação económica em negócio, um de fraude fiscal e um de branqueamento.

Daniel Costa, ZAP //

2 Comments

  1. Este governo, do qual o atual primeiro-ministro fez parte, assim como muitos outros atuais governantes era um bando de ladrões.
    Apenas questiono se o Costa, e todos aqueles que hoje fazem parte do atual elenco governativo, não sabiam de nada, não deram por nada, foram cúmplices, também andaram a roubar… Era bom que isto ficasse esclarecido. Pessoalmente não acredito que não tivessem conhecimento. Até porque o povo já o dizia à boca cheia. E nesse caso, foram pelo menos cúmplices de todo este saque ao país. e que os portugueses irão continuar a pagar durante décadas. Alegarem que não tinham qualquer conhecimento significa no mínimo que são pessoas muito distraídas. Mesmo muito distraídas. Eu não acredito nessa tese. Tiveram conhecimento e preferiram olhar para o lado. Nalguns casos, é provável que tenham participado no saque.
    É mesmo isto que os portugueses querem?

  2. Os tugas não foram visitar o 44?
    Acho que está tudo dito…

    Como é possível esta cambada de m**** gozarem à má fila com tudo isto?

    O vírus que para aí anda, ao pé disto tudo, é um bebé , ou será que existe uma correlação?

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