Investigação entende que a denúncia do major só terá acontecido por o militar ter conhecimento da outra denúncia paralela feita pelo interprete da missão. Desta forma, distanciar-se-ia de um eventual envolvimento no esquema.
O major da 6.ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana, que denunciou a rede de militares envolvidos no tráfico de ouro, diamantes e drogas, também foi constituído arguido no âmbito da Operação Miríade.
De acordo com o Público, o major foi alvo de buscas domiciliárias na segunda-feira, apesar de já ter sido interrogado pela Polícia Judiciária Militar (PJM) em fevereiro de 2020, na condição de denunciante, depois de ter entregado os diamantes, em dezembro de 2019, ao comandante daquela Força Destacada. Este último, por sua vez, terá comunicado a situação ao Estado-Maior-General das Forças, que terá comunicado a situação à PJM.
Nas primeiras averiguações, este organismo terá ouvido os dois denunciante: o major e o intérprete. Alegadamente, uma bolsa com oito pedras preciosas terá sido entregue a este major, que tinha sido informado que lhe seria dada uma caixa, supostamente com artesanato local, aquando da transição da 5.ª FND para a 6.ª. Já em Portugal, o major terá recebido mensagens a questionar se já teria a encomenda na sua posse e quando a poderia a enviar.
Foi esta a versão contada pelo militar à PJM em fevereiro de 2020 e a quem terá mostrado as mensagens como prova.
Mesmo assim, recaem sobre o major suspeitas relacionadas com a participação noutros negócios. A investigação acredita que só terá feito a denúncia por receio de ser apanhado, já que era do seu conhecimento a denúncia feita pelo intérprete.
Uma questão de português:
“Desta forma, distanciaria-se de um eventual envolvimento no esquema.”
deveria ser:
“Desta forma, distanciar-se-ia de um eventual envolvimento no esquema.”
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.