Mais de 90% dos fogos foram dominados na primeira fase das chamas

Nuno André Ferreira / Lusa

De acordo com os dados do Governo, 90,57% dos incêndios foram dominados durante os primeiros 90 minutos de chama.

Tentando pôr fim a algumas críticas sobre as estratégias de combate seguidas pelos operacionais no terreno, o gabinete de José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, fez saber que desde o início do ano e até 18 de agosto foram registados 9479 incêndios, dos quais 90,57% foram dominados na fase do ataque inicial, ou seja, nos primeiros 90 minutos do incêndio. Ainda de acordo com dados fornecidos pelo Governo ao Público, 8585 fogos foram dominados na fase inicial, ao passo que 894 foram dominados na fase do ataque ampliado.

Tal como explica a mesma fonte, a resposta do ataque inicial pode ser determinante para as proporções que os incêndios acabam por assumir, daí que o tempo de resposta deva ser o mais breve possível.

Ainda assim, e mesmo perante estes números positivos, as condições excecionais previstas para os próximos dias (com temperaturas acima dos 40.º, ventos que poderão variar entre os 50 e os 60 km/hora e a seca extrema) fizeram com que o ministro da Administração Interna anunciasse o “reforço do patrulhamento dissuasor por parte de 25 patrulhas das Forças Armadas”, de modo a reforçarem os meios no terreno e, em todo o país, da Guarda Nacional Republicana e “as condições de trabalho” da Polícia Judiciária.

Situação de alerta prolongada até terça-feira

Portugal entrou este domingo em situação de alerta devido ao “agravamento do risco de incêndio rural” e ao aumento das temperaturas, após semanas com fogos que, só na serra da Estrela, destruiram mais de 28 mil hectares.

A situação de alerta, anunciada na sexta-feira, mas formalizada no sábado, por decisão dos ministérios da Administração Interna, Defesa Nacional, do Trabalho, da Saúde, do Ambiente e da Agricultura, prevê medidas extraordinárias e será reavaliada pelo Governo na segunda-feira.

De hoje até terça-feira, é proibido circular ou permanecer nos espaços florestais previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem, fazer queimadas ou trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos que tenham a ver com combate a incêndios.

É igualmente proibido o uso de fogo de artifício ou outros artefactos pirotécnicos, estando suspensas as autorizações que tenham sido entretanto emitidas, de acordo com a informação do Ministério da Administração Interna.

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