Mais de 50 feridos: autoridades japonesas matam macaco que atacou humanos

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Wikimedia

Um macaco Rhesus.

À medida que a população de macacos cresce no Japão, os confrontos com os humanos estão a tornar-se mais frequentes. Mais de 50 pessoas ficaram feridas em ataques, numa cidade ocidental.

As autoridades de uma cidade japonesa ocidental afirmaram esta quarta-feira que tinham matado um macaco, que acreditam ter sido responsável por uma série de ataques contra humanos, noticia o The New York Times.

Foi um alívio para as pessoas da cidade de Yamaguchi, onde 56 vítimas foram atacadas por um macaco este mês, incluindo uma criança ferida dentro de sua casa e uma menina de 4 anos num jardim-de-infância.

O macaco não será o último a ser executado no Japão. Yasuko Sanada, vice-diretora do infantário de Yamaguchi, onde a menina de 4 anos foi atacada, garantiu que os macacos ainda corriam pelo parque infantil da escola.

“Recebemos um aviso da polícia esta manhã”, contou a dirigente, “por isso deixámos de permitir que as crianças brincassem lá fora“.

A população de macacos do Japão está a crescer cada vez mais, em grande parte porque os esforços de conservação iniciados após a Segunda Guerra Mundial têm sido um pouco bem sucedidos demais.

A recuperação da espécie tem “provocado e intensificado” conflitos entre humanos e macacos, ao ponto de as pessoas que vivem perto dos animais enfrentarem agora sérios riscos de terem os seus próprios habitats invadidos, segundo um estudo recente de Hiroto Enari, publicado na BioOne.

Os ataques em Yamaguchi são graves, alertou Enari, que ensina gestão da vida selvagem na Universidade de Yamagata. “Mas se os humanos lhes derem muitas oportunidades de aprender, podem causar mais conflitos”, acrescentou.

Cada ataque, segundo o docente, dá aos macacos uma oportunidade de estudar a arte de ser um incómodo — remover telhas ou aterrorizar lixeiras.

A preocupação mais séria é que os animais possam propagar a hepatite B, ou outras doenças, aos seres humanos.

Os conflitos entre macacos humanos não são novidade na Ásia, uma região que tem milhares de milhões de pessoas e uma pletora de espécies nativas de macacos.

Na Índia, os macacos rhesus macaque são vistos como uma representação de uma divindade hindu. Os esforços municipais para os erradicar da capital, Nova Deli, devem ser cuidadosos, para não desencadear um protesto público.

Antes da visita do ex-Presidente norte-americano, Barack Obama, em 2015, homens com fisgas tentaram assustar os macacos, gritando e ladrando.

Na Tailândia, a cidade de Lopburi tem sido “invadida” durante anos por macacos comedores de caranguejo, uma espécie do sudeste asiático.

Tornaram-se mais agressivos durante a pandemia, porque os seus principais fornecedores de alimentos — turistas — desapareceram subitamente.

Alice Carqueja, ZAP //

5 Comments

  1. A frase mágica que na minha modesta opinião decifra a origem do problema é esta que está no final do artigo:
    “Tornaram-se mais agressivos durante a pandemia, porque os seus principais fornecedores de alimentos — turistas — desapareceram subitamente.”

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