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Maior radio-telescópio alguma vez construído vai fazer mapa 3D do universo

skatelescope.org

Conceito artístico do conjunto de telescópios do SKA em acção durante a noite

Uma equipa de cientistas vai usar o maior radio-telescópio alguma vez construído para tentar uma tarefa de magnitude quase inimaginável: fazer um mapa a três dimensões dos milhares de milhões de galáxias que formam o universo.

Uma equipa internacional de astrofísicos está a planear traçar um mapa tridimensional do Universo conhecido, usando o Square Kilometre Array, SKA, um novo telescópio assim baptizado devido à área total ocupada pelas antenas de satélite usadas pelo projeto, na Austrália e na África do Sul.

O SKA não monitoriza as emissões de luz como os telescópios convencionais – o gigantesco radio-telescópio recolhe a radiação fraca emitida pelo hidrogénio, o elemento químico mais comum do universo.

Por essa razão, os cientistas dizem que o telescópio será capaz de “visualizar” qualquer local do cosmos, fornecendo um retrato da forma do universo, algo que nunca foi conseguido antes.

“Vamos poder percorrer o mapa e ver as galáxias à medida que passamos por elas, entender como o gás é distribuído nos seus interiores e aprender como se formam as estrelas”, explica à BBC o astrofísico Matt Jarvis, da Universidade de Oxford, na Grã-Betanha.

“Com este retrato vamos poder entender o efeito dos buracos negros, e como funcionam a energia e a matéria escuras”, antecipa o cientista.

WMAP / NASA

Energia negra: uma possível causa para a aceleração da taxa de expansão do universo?

Leis da física

Os astrofísicos dizem que o mapa também ajudará a testar as leis fundamentais da física, incluindo modelos como a Teoria da Relatividade de Einstein, ou até mesmo a procurar vida extraterrestre.

A vantagem do SKA sobre os telescópios convencionais é a velocidade com que rastreia os céus, o que permite que os cientistas monitorizem as datas de emissões da radiação, o que fornece não apenas a posição de um corpo celeste, mas também sua distância.

Por outro lado, a desvantagem do SKA é que gera uma imagem com resolução muito menor do que as produzidas com as técnicas baseadas nas emissões de luz.

“Ao observar mil milhões de galáxias em duas datas diferentes, com dez anos de diferença, o SKA poderá medir directamente a expansão do universo”, diz o físico Hans-Rainer Klöckner, do Instituto Max-Planck, na Alemanha.

Como a expansão cósmica ocorre numa escala de tempo bastante maior do que a escala do tempo de uma vida humana, ser capaz de a medir seria considerado uma “grande proeza técnica“, diz Klöckner.

ZAP / BBC

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