A extensão da gigante Grande Muralha de Hércules-Corona Borealis pode afinal estender-se de um redshift de 0,33 a um redshift de 2,43.
E se e vez de 10 mil milhões de anos-luz de comprimento, a Grande Muralha de Hércules-Corona Borealis (ou Grande Muralha) tivesse 15 mil milhões? Um novo estudo, já disponível no arXiv, mostra que é possível que a maior estrutura que conhecemos seja 50% maior do que pensávamos até agora.
Esta estrutura foi descoberta há uma década, após astrónomos descobrirem explosões de raios gama, as mais fortes do Universo, que estavam a ocorrer numa concentração superior à distribuição esperada.
Agora, os cientistas examinaram de perto 542 explosões de raios gama com redshift conhecido – ou seja, a extensão em que a sua luz foi esticada para comprimentos de onda mais vermelhos pela expansão do Universo.
Os resultados obtidos mostraram que a Grande Muralha pode afinal estender-se de um redshift de 0,33 a um redshift de 2,43 – uma distância total de cerca de 15 bilhões de anos-luz, conta a Science Alert.
É uma descoberta que torna o problema colocado pela Grande Muralha ainda mais pronunciado, destacam os investigadores. O modelo padrão da evolução do Universo baseia-se no princípio cosmológico. Este princípio pressupõe que, em escalas suficientemente grandes, o Universo é homogéneo, ou “suave”, em todas as direções.
Cada secção do Universo deve ser mais ou menos semelhante a todas as outras secções do Universo, sem grandes inconsistências ou irregularidades. Há muito por explicar no Universo, e estas super-estruturas são mistérios ainda por resolver.