Tem tudo a ver com a célula de Kupffer — o “maestro” das células hepáticas. A gordura é muito prejudicial ao fígado, revela novo estudo.
Sabe-se que as crianças nascidas de mães com excesso de peso enfrentam frequentemente desafios metabólicos mais tarde na vida. Mas, agora, um novo estudo publicado na Nature este mês prova que os danos no fígado podem ser irreparáveis.
ção. Um certo tipo de célula imunitária no fígado, a célula de Kupffer, começa a dar instruções diferentes quando a mãe é considerada obesa. E o resto do fígado obedece, explica a Earth.
“Mas estas células de Kupffer também agem como maestros”, conta Elvira Mass, do Instituto LIMES da Universidade de Bona. “Elas instruem as células hepáticas à sua volta sobre o que fazer. Assim, ajudam a garantir que o fígado, enquanto órgão central do metabolismo, desempenha corretamente as suas muitas funções”.
Mas na descendência de mães com excesso de peso, estas instruções mudam.s células de Kupffer dizem às células do fígado para absorverem gordura. Gordura de que não precisam. Gordura que acaba por causar doença.
“Conseguimos demonstrar que a descendência de mães obesas desenvolvia frequentemente fígado gordo pouco depois do nascimento”, disse o co-autor do estudo, Hao Huang, da Universidade de Bona. “E isto aconteceu mesmo quando os jovens animais eram alimentados com uma dieta completamente normal”.
“Está cada vez mais claro que muitas doenças nos humanos começam já numa fase muito precoce do desenvolvimento“, destaca Mass. “O nosso estudo é um dos poucos que explica em detalhe como esta programação inicial pode acontecer”.
Parece uma descoberta que não traz boas notícias, mas pode na verdade abrir várias portas: se os investigadores encontrarem formas de reprogramar ou reiniciar as células de Kupffer, podem cortar a doença hepática gordurosa na raiz.