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“A Leonor é transexual. Ela existe. É a minha filha.” Pais ao lado do Governo e contra a direita

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A polémica em torno da Lei de Identidade de Género continua, com as críticas da Direita e com uma petição contra a legislação que já vai em mais de 27 mil assinaturas. Associações de pais já defenderam a legislação e o testemunho da mãe de uma menina transexual marca as discussões nas redes sociais.

Rita Alves, mãe de uma menina transexual, escreveu uma carta aberta à professora universitária Laurinda Alves, numa reacção ao seu artigo de opinião no jornal Observador intitulado “Minoria de estimação”, onde ela fala da Lei de Identidade de Género.

Laurinda Alves não faz ideia sobre “o que é ser mãe e ter um filho que logo aos três anos diz a chorar que não é menino, que não percebe porque insistimos em tratá-lo por menino”, escreve esta mãe no texto publicado na página de Facebook do grupo AMPLOS que reúne pais que se batem contra a discriminação relacionada com a orientação sexual e a identidade de género.

“Chamo-me Rita e sou mãe da Leonor. A Leonor é transexual. Ela existe. É a minha filha”, começa por referir o testemunho para depois salientar que “Laurinda Alves nem sonha, nem imagina o que vivem estas crianças e as suas famílias”.

“Ao contrário do que diz, havia e há legislação para as crianças deficientes e até houve uma escola onde a minha filha só encontrava privacidade na sala dos autistas. Digno, não é? Mas para si os autistas são uma minoria que vale a pena. A minha filha, para si, não merece a atenção do governo”, queixa-se ainda Rita Alves.

“Sabe o que é ir ver as notas da sua filha e a pauta ter o nome em branco, como se não existisse, porque era, até agora, a única forma legal de não usar o nome que já não usávamos? Sabe o que é ter uma filha em pânico por não saber se pode ir a uma casa de banho, por ter de se despir em frente a outros? Sabe o que é tê-la no colo a chorar e a perguntar porque é que nasceu assim e angustiada por viver a solidão mais profunda?”, questiona ainda esta mãe.

“Se a minha filha tivesse leucemia, talvez chorasse a sua lágrima e comesse o seu croquete solidário. Como é trans, tem de ser escondida e o estado tem de fazer de conta que ela não existe”, escreve ainda, referindo que os que criticam a Lei sobre Identidade de Género “são os mesmos que defendem a não aceitação de refugiados ou a pena de morte”.

Nos últimos dias, têm surgido outros testemunhos de pais de crianças transexuais que vêm defender “o direito à vida digna” dos filhos, nas palavras de Rita Alves. Associações e Confederações de pais também fizeram questão de frisar que não encontram problemas na Lei.

Do outro lado da barricada, PSD e CDS criticam o timing e o conteúdo da Lei que estabelece o direito à auto-determinação da identidade e da expressão de género que foi aprovada a 12 de Julho de 2018 e publicada em Diário da República em Agosto do ano passado.

A publicação do despacho do Ministério da Educação sobre a aplicação da Lei recuperou a contestação, nomeadamente pelo facto de a legislação prever que as crianças transexuais podem escolher os uniformes “de acordo com a opção com que se identificam” e as “casas de banho e balneários, tendo sempre em consideração a sua vontade expressa e assegurando a sua intimidade e singularidade“.

Na Internet, corre uma petição pública contra o que se define como “a implementação da Ideologia de Género nas Escolas” que já conta com mais de 27 mil assinaturas.

A polémica está para durar, fracturando a sociedade portuguesa e dividindo, como há bastante não se via, a direita e a esquerda.

SV, ZAP //

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11 Comments

  1. Teimar em não compreender a dor destas crianças e pais, desconfio que já não seja por uma questão de ideologia, mas sim por uma questão de BURRICE!
    A direita por vezes tem posições que não consigo entender!
    Eu não sou nem de direita nem de esquerda, sou pelo justo, pelo razoável e pela compreensão!
    Abram os olhos que já é dia!

    • Ninguem nasce transsexual nem hemofrodita ? Existem na natureza plantas, animais que nasvem homossexuais .Se ano sabe pesquise, Gosta de ostras? se gosta fica a saber que a ostra é hemofrodita

      • Nascemos Trans esse é o ponto, e por favor não misture identidade de gênero com sexualidade. Eu sugiro procurar vídeos educativos para se informar (sæo divertidos de assistir e informativos)

  2. Ninguém nasce transexual. Isto é um comportamento anti-natural. Respeitar as escolhas de cada um não é o mesmo que aceitar como sendo algo natural.

  3. Já está mais que comprovado de que pessoas com problemas de parafilias estão inseridos nesta patológica que infelizmente não existe tratamento apenas cuidados especiais principalmente aquelas que venham ser classificadas como mais perigosas à humanidade: pedofilia, zoofilia, nacrofilia, masoquismo etc.,Toda espécie com bestialidade psíquica deveriam estar vivendo em clínicas especiais.

  4. Patologia, normal? Ainda alguém continua a insistir neste atavismo mental? Infelizmente ainda há quem se ache com “superioridade moral” para impor aos outros a sua maneira de ver o mundo. Deixem as pessoas viver em paz, sobretudo as crianças.

  5. Boa tarde,
    Na minha opinião isso nem devia ser lei, devia sim ser respeitado a vontade da criança e a educação na escola e em casa deveria ser de uma mente mais aberta, isso sim. Vivemos num mundo em que não se respeita ninguém e não é uma lei imposta que irá mudar as mentalidades. A escola só por si devia respeitar, o género e a ideologia de cada criança. Nem deveria haver discussão. Deveria sim haver discussão o que as escolas estão a fazer neste ponto e noutros pontos. Os apoios por muito que estejam a ser publicitados que vivemos num país muito moderno e que se apoia e se aplica as leis. Isso não é verdade!! Ao meu filhos foram cortado os apoios, porque o governo quando chega aos agrupamentos deve ser migalhas, por isso as crianças devem ser respeitadas, mas para isso deveria haver leis sim que as defendessem das pessoas ignorantes e das imposições financeiras que os poderosos atribuem a elas.

  6. Este tema nem é de direita, nem de esquerda. Quando pela primeira vez escutei casos como o desta família, quase imediatamente considerei que esta nova lei era errada. Contudo, esforcei-me para parar com uma opinião direta e comecei a refletir neste tema. Reconheço perfeitamente que o sofrimento de estes pais e filha são enormes. Há um pequeno pormenor na lei e em alguns comentários aqui redigidos em que julgo deverem ir mais além. Referem que deve haver respeito pela criança transgénica…….até aqui eu estou de acordo; á que também respeitar as crianças que não são transgénicas……….para estas poderá também ser muito estranho que uma criança transgénica “invada” o seu meio…….estou a pensar na escola. Este meu último argumento também se aplica a adultos não transgénicos e, por isso, não me parece ser uma boa solução que uma criança transgénica possa utilizar o WC dos professores. A solução a implementar é difícil mas, há que refletir bem e só depois transmitir às escolas o que devem fazer.
    O meu maior respeito pelos transgénicos e pelas suas famílias

  7. Gostaria de saber quantos transgénicos com menos de 15 anos há em Portugal. Estou a falar de verdadeiros transgénicos, que sofrem com essa deficiência que existe desde o nascimento. Não me refiro àqueles cujos pais não desmistificam ou mesmo, achando natural, confirmam ás crianças o seu estado.
    Haverá 200? Haverá 300? Haverá 0,01%?
    E faz-se uma lei, ocupando os deputados, funcionários caros e por nós pagos, horas a fio sobre um tema que se ocupa de tão infima percentagem?
    E as crianças que não foram bem tratadas no Hospital de S. João do Porto, ou as milhares que não terão aulas por falta de empregados escolares, ou as milhares que não têm jardins de infância ou creches e ficam sozinhas, ou as que não têm transporte para as escolas, ou mesmo as mal alimentadas porque os pais ganham pouco… e todas as outras aos milhares que têm mau aproveitamento escolar e que poderiam melhorar a sua vida se tivessem melhor ensino.
    Com esses problemas os deputados preocupam-se menos!
    Senhores políticos trabalhem nas causas grandes e abrangentes, selecionando o que o país mais precisa e deixem a “baixa política” de fazer finca pé sobre assuntos que só separam o país.

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