Macron tem um plano para salvar a Europa

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Stephanie Lecocq/EPA

Emmanuel Macron

O Presidente francês, Emmanuel Macron, desafiou, esta quinta-feira, a Europa a abandonar o atual estado de “menoridade estratégica” e apresentou um plano – que evitará a sua “morte” – centrado no “poder” e na “prosperidade”.

Ambicionando influenciar a agenda estratégica da União Europeia (UE) e considerando que não vale a pena insistir numa “cartilha” que já ninguém respeita, Emmanuel Macron diz ter um plano para salvar a Europa.

O Presidente francês apontou, desde logo, os três pilares principais em que a Europa tem de se focar para não morrer e retomar o controlo da sua vida e do seu destino. São eles o poder, a prosperidade, o humanismo.

“Quando temos de responder a uma aceleração e dramatização da História, devemos assumir uma mudança de paradigma: é pelo nosso poder, a nossa prosperidade, e o nosso humanismo, que podemos garantir que o nosso continente, e o nosso projeto político, perdurará nesta época de ameaças”, disse Macron, citado pelo Público.

“Vivemos um momento de viragem. O horizonte da próxima década é de grandes transformações, e não estamos preparados para os riscos que enfrentamos. Temos de ser lúcidos e perceber que a nossa Europa pode morrer”, acrescentou.

Referindo-se, fundamentalmente à Guerra na Ucrânia, Macron diz que, neste momento, a prioridade é garantir a segurança da Europa e, por isso, deve apostar-se no desenvolvimento da capacidade militar.

O Chefe de Estado francês aponta como um erro a Europa atribuir tal responsabilidade – quase de forma exclusiva – ao EUA. Macron apela, por isso, ao fim da timidez e da ingenuidade, perante um contexto mundial cada vez mais agressivo.

“Não somos vassalos dos Estados Unidos, somos uma potência de equilíbrio, que recusa a divisão por blocos, e que sabe falar com todos, em África, no Indo-Pacífico ou na América Latina”

Le President ambiciona realojar o poder na Europa – mas defende continuar a fazê-lo em comunhão com o resto do Mundo (nomeadamente os EUA), como acontece na NATO.

Como detalha o Público, Emmanuel Macron defendeu ainda a introdução de uma cláusula de preferência europeia na compra de material militar – e, centrando-se depois na prosperidade, falou de um novo modelo de crescimento e produção.

O líder francês pede uma revisão das regras de financiamento do Banco Europeu de Investimento e – repescou uma ideia recente da primeira-ministra da Estónia – da emissão de dívida conjunta.

O caminho passa por medidas que apontam à capacidade de investimento comum, bem como a aprovação de novos recursos próprios da UE – como é o caso das armas militares acima mencionadas.

Isto tudo – comme le dit Macron – para “alcançar a soberania”.

ZAP //

1 Comment

  1. Macron tem razão, a Europa deve tentar tornar-se cada vez mais auto-suficiente e autónoma. Mas não só na Defesa: também na energia, na agricultura, na indústria. Caso contrário, o futuro da Europa e dos Europeus será sempre condicionado pelos EUA, pela China, pela Rússia, pelos Árabes. Um dos problemas é que há muitos na Europa que não estão preocupados com issso; outro é que estas coisas exigem tempo (que escasseia), dinheiro (que não dá para tudo), esforço.

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